sábado, 4 de julho de 2009

Eu te Amo Mundo Desenvolvido

À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica

Tenho febre e escrevo.

Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,

Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.

Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!

Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!

Em fúria fora e dentro de mim,

Por todos os meus nervos dissecados fora,

Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!

Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,

De vos ouvir demasiadamente de perto,

E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso

De expressão de todas as minhas sensações,

Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!

Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!

Ser completo como uma máquina!

Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!

Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto,

Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento

A todos os perfumes de óleos e calores e carvões

Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável!

Ó fazendas nas montras! Ó manequins! Ó últimos figurinos!

Ó artigos inúteis que toda a gente quer comprar!

Olá grandes armazéns com várias secções!

Olá anúncios eléctricos que vêm e estão e desaparecem!

Olá tudo com que hoje se constrói, com que hoje se é diferente de ontem!

Eh, cimento armado, beton de cimento, novos processos!

Progressos dos armamentos gloriosamente mortíferos!

Couraças, canhões, metralhadoras, submarinos, aeroplanos!

Amo-vos a todos, a tudo, como uma fera.

Amo-vos carnivoramente.

Pervertidamente e enroscando a minha vista

Em vós, ó coisas grandes, banais, úteis, inúteis,

Ó coisas todas modernas,

Ó minhas contemporâneas, forma actual e próxima

Do sistema imediato do Universo!

Nova Revelação metálica e dinâmica de Deus!

Eu podia morrer triturado por um motor

Com o sentimento de deliciosa entrega duma mulher possuída.

Atirem-me para dentro das fornalhas!

Metam-me debaixo dos comboios!

Espanquem-me a bordo de navios!

Masoquismo através de maquinismos!

Sadismo de não sei quê moderno e eu e barulho!

Que importa tudo isto, mas que importa tudo isto

Ao fúlgido e rubro ruído contemporâneo,

Ao ruído cruel e delicioso da civilização de hoje?



Tudo isso apaga tudo, salvo o Momento,

O Momento de tronco nu e quente como um fogueiro,

O Momento estridentemente ruidoso e mecânico,

O Momento dinâmico passagem de todas as bacantes

Do ferro e do bronze e da bebedeira dos metais.

Eia! eia! eia!

Eia electricidade, nervos doentes da Matéria!

Eia telegrafia-sem-fios, simpatia metálica do Inconsciente!

Eia túneis, eia canais, Panamá, Kiel, Suez!

Eia todo o passado dentro do presente!

Eia todo o futuro já dentro de nós! eia!

Eia! eia! eia!

Frutos de ferro e útil da árvore-fábrica cosmopolita!

Eia! eia! eia! eia-hô-ô-ô!

Nem sei que existo para dentro. Giro, rodeio, engenho-me.

Engatam-me em todos os comboios.

Içam-me em todos os cais.

Giro dentro das hélices de todos os navios.

Eia! sou o calor mecânico e a electricidade!

Eia! e os rails e as casas de máquinas e a Europa!

Eia e hurrah por mim-tudo e tudo, máquinas a trabalhar, eia!


Álvaro de Campos

terça-feira, 26 de maio de 2009

Felizmente há Manuela!


Manuela Moura Guedes com espaço de luxo na grelha de Eduardo Moniz.

Nestes últimos tempos a aspirante a cantora transformada em jornalista, Manuela Moura Guedes tem sido estranhamente julgada pela sua forma de jornalismo. Após o número suficiente de plásticas para a deixar sem qualquer expressão que se assimile a um ser humano, a mulher do Director da Estação televisiva TVI conseguiu a partir do seu trabalho, um enorme reconhecimento profissional ao lhe ter ser atribuído uma edição especial do jornal de sexta-feira à noite.

Desde sempre este telejornal tem dado que falar pois tem mais processos em tribunal do que telespectadores, que apesar de tudo, não tem sido poucos. Este programa fala de diversos temas importantes para a sociedade portuguesa e choca qualquer um com as suas estatísticas. É precisamente à sexta-feira à noite que qualquer pessoa pode ver este telejornal em directo e sentir-se mal por viver em Portugal, sentir-se envergonhado e deprimido com o pais por causa das reportagens que a TVI produz.

Muitos podem querer comparar o ridículo e degradante jornalismo de Manuela moura Guedes ao de Clara de Sousa, pivot na Sic, contudo esta última não partilha a mesma cama que patrão o que, apesar de muito, lhe limita bastante a estupidez. Manuela moura Guedes foi acusada de atacar constantemente o primeiro-ministro no seu telejornal, mas nesse assunto se calhar a pobre jornalista não terá culpa, é extremamente difícil manter o “Engenheiro” José Sócrates fora de escândalos.

A questão que aqui se põe é sobre o estado do jornalismo em Portugal, “Felizmente há Manuela” porque ela mal e porcamente expõe os escândalos do pais e tem coragem para fazer aquilo que muitos jornalistas não fazem por medo ou “Felizmente há Manuela” para que todos vejam o quão ridículo e degradante a peixeirada no jornalismo é, e o quão ela leva a rigorosamente nada a sem ser vergonha pública?

quarta-feira, 20 de maio de 2009

E Tudo Falha. Será?

E tudo falha - e todos falham - porque o solo português, o solo moral e solo físico, não permite que nada de nobre ou elevado triunfe. É esta a nossa lusitana mentalidade.


Esta tão comum ideia de que nós portugueses seremos sempre os piores, os últimos, é de facto o nosso pior inimigo. Temos o prazer de escarnecer de nós próprios com os “nomes mais ridículos e com o desdém mais burlesco” citando Eça. Perdemo-nos. Resta-nos apenas morrer rindo dolorosamente de nós próprios. Mas será que este fatalismo é tão forte que nos obriga a desistir, e que corta qualquer acção em prol da nossa prosperidade? Será que este fatalismo é inultrapassável?


Ninguém está condenado à partida a não ser que assim o pense, e é importante que não o esqueçamos. Temos de nos insurgir perante esta doente apatia portuguesa. Não precisamos de nos limitar a copiar o que vemos lá fora. Também somos férteis em ideias. Também nós portugueses podemos ser exemplo para outros.


Não devemos deixar que as nossas acções se contagiem por esta inércia devastadora. Substituamos a fatalidade por esperança, a troça de nós próprios por orgulho e a inércia por iniciativa. Só assim deixaremos de ser “ uma jangada de pedra no Atlântico plantada ” e passaremos a ser “ um transatlântico fugaz e dinâmico”.


Todos somos culpados do estado ao qual chegámos, e é de nós que tem de partir a solução. Chega de atribuir culpas aos outros. Comecemos à procura duma solução.
Somos como terra fértil à espera de ser regada, e a água somos nós.


E tudo falha? Só se nós assim quisermos.

Deixa andar...

As cidades, desde que assim se podem chamar, fomentam o crime. São locais de oportunidade, e como qualquer outra cidade, as portuguesas oferecem também este tipo de oportunidades.
A criminalidade nas cidades, visto serem grandes centros populacionais, já é um dado adquirido. O que me preocupa no entanto, não e o crime em si, é o facto das pessoas vitimadas não acreditarem ou reportarem nada às autoridades, e o facto, daqueles que assistem a tais coisas reagirem de forma tão pouco (ou nada) activa, quando, claro está, podem de facto fazer alguma coisa.

As razoes desta apatia (pelo menos as que encontro) preocupam-me. Percebo uma: o Medo. Medo de represálias, medo de confrontações, ou simples cobardia. No entanto o medo e uma simples emoção, uma emoção um tanto debilitante, mas que todos conseguimos, se quisermos, controlar (ou hoje ainda teríamos medo do escuro).

Não servindo esta razão de desculpa alguma, penso que o principal motivo desta ausência de acção, desta inércia e impassibilidade é o facto da garra do povo português, do seu espírito empreendedor que em tempos teve (ex: Descobrimentos), foi-se substituindo ao longo dos tempos por uma mentalidade que se designa como "deixa andar". Este sentimento, esta atitude, tem-se cada vez mais vindo a incrustar na sociedade portuguesa. Neste exemplo da criminalidade vemos bem isso, enquanto for o outro a ser assaltado, finjo que não vejo, se depois me vir assaltar a mim...Ai já penso que os outros me deviam ajudar... É o mesmo em todo o lado, toda a gente se queixa da crise, mas são "meia dúzia" aqueles que comparecem as manifestações. "Outros que resolvam os problemas", pensam os que ficam em casa a tirar folga.

O simples propósito de sociedade, o propósito pelo qual nos formámos tribos e posteriormente sociedades está-se a perder em cada pessoa: Ajudarmo-nos uns aos outros. É este o fundamento das colónias em animais, e deveria ser também o das nossas sociedades.

Não o é, e vejo que cada vez mais a sociedade se torna um simples conjuntos de seres que coexistem no mesmo espaço, se toleram, e se usam. Ao contrário de seres que interagem no mesmo espaço, se reconhecem e se ajudam.
Recorrendo a analogia bíblica em que se diz, que enquanto um galho fino e pequeno, sozinho e frágil, vários galhos juntos são robustos e fortes.

Esta mentalidade enfraquece-nos, e só temos a ganhar em unirmo-nos. Esta atitude tem que ser urgentemente alterada, por mim faço a minha parte, e simplesmente não entendo a inércia de alguns perante quer os desajustes sociais, que a falta de assistência de uns em relação aos outros, e principalmente em casos de criminalidade, em que podemos ser os próximos.

domingo, 17 de maio de 2009

Portugal - Um país pequeno e sem intervenção no Mundo?

Geograficamente, Portugal é um país pequeno, que não pode competir em termos económicos com os E.U.A. , a China ou a India. No entanto, temos de admitir que, graças ao papel que desempenhou no passado, é dotado de capacidades que muitos outros países, gostariam de ter.

-Lusofonia

Actualmente, Portugal tem uma característica, que apenas países com um passado colonial possuem: o facto de partilhar a mesma língua com várias nações com as quais teve um trajecto comum -Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Do ponto de vista territorial e populacional, o espaço da lusofonia, representado pela Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa, consiste num mercado com uma dimensão de cerca de 11.000.000km² e que abrange uma população superior a 235 milhões de habitantes.
Muitos destes países encontram-se numa fase de pós-guerra, em que muita da sua capacidade produtiva, na maior parte herdada da fase colonial (hospitais, escolas, tribunais,fábricas, explorações agro-pecuárias, aeroportos, etc..) foi destruída.
Portugal, ao partilhar a mesma língua e o conhecimento de realidades regionais, encontra-se numa posição priveligiada para se assumir como um parceiro importante na reconstrução e no desenvolvimento destes países. As consequências desta cooperação poderão traduzir-se em vantagens bilaterais: estímulo ao desenvolvimento do nosso país, através da abertura de novos mercados que servirão de escoamento das nossas exportações, e o aproveitamento dos nossos recursos humanos e técnicos para a edificação de infra-estruturas locais .
Deste modo, concluímos que Portugal tem a possibilidade de obter proveito e lucro ao investir nestes territórios. Porém, é necessário que assuma esse papel com alguma brevidade e com uma estratégia adequada, para que possa apresentar-se como uma alternativa vantajosa relativamente a outras potências.

-Aproveitamento da ZEE

Uma das condições geográficas favoráveis que Portugal tem, é a sua Zona Económica Exclusiva.
Ocupando uma área de 1.5 milhões de km², a ZEE de Portugal constitui uma fonte inesgotável para o sector das pescas e permitirá enventualmente a exploração de minérios e de energias fósseis como o petróleo e o gás. Esta área poderá ainda vir a ser aumentada para o dobro, como resultado da candidatura do país para expandir a sua plataforma continental. Como consequência desta aprovação, o país obterá o acréscimo da sua jurisdição sobre os fundos marinhos, quer animais, quer minerais, excluindo no entanto, os recursos relativos à coluna de água correspondente. Estudos apontam já, que se conseguir aproveitar a sua nova ZEE, poderá vir a ter uma variação positiva de 11% no PIB.
Portugal deve por isso estimular o estudo e esperar que a sua ZEE seja alargada, pelo facto de esta constituir uma oportunidade única para o seu desenvolvimento.


-Presença na União Europeia

A adesão de Portugal à União Europeia, em 1986, constituiu um dos marcos da sua história, pois permitiu a atribuição de fundos que foram responsáveis pelo grande desenvolvimento que se deu na década de 90.
Além de ter sido favorecido monetariamente, o nosso país integrou-se no mercado europeu, passou a possuir o euro como moeda e tem beneficiado de políticas comuns ao nível da agricultura, justiça, saúde, etc... Todos estes factos, contribuiram para que Portugal atingisse alguma estabilidade financeira, e possibilitaram o seu desenvolvimento, como já referi anteriormente. Permitiram ainda, ao país suportar as crises de uma forma menos negativa, como aquela que estamos a viver actualmente. Um dos papéis, que o nosso país poderá vir ainda desempenhar, será o de mediador das relações da União Europeia com o espaço da lusofonia. Deste modo, é através da União Europeia que Portugal, apesar de ser um país pequeno, faz parte de uma realidade mais alargada, com uma identidade politica, cultural e económica e em cujo desenvolvimento participa activamente.


A conclusão que se pode retirar, é que Portugal, apesar de ter um território de aproximadamente 90 000 km², tem todas as condições necessárias para se tornar num país próspero, desenvolvido e que proporcione uma boa qualidade de vida aos seus habitantes.

Adeus e Obrigado...

Hoje, dia 17 de Maio de 2009, Luís Figo anunciou que não voltará a jogar futebol ao mais alto nível a partir do fim desta época (talvez fora da Europa, segundo o jogador). Vivemos, portanto, um momento histórico para a nossa geração : o momento da retirada do ultimo dos jogadores da selecção nacional com que nos introduzimos ao futebol.

Falo da geração que venceu os dois mundiais de sub-20 (em Riade e em Lisboa ), falo de Luís Figo, Rui Costa, João Vieira Pinto, Paulo Sousa e Fernando Couto. Mas esta geração não se esgota aqui, quando falamos dela temos também que falar de outros como Costinha, Pauleta, Vítor Baía e Sá Pinto. Com esta geração vivemos a qualificação do Mundial de 1998 (choramos a expulsão de Rui Costa frente á Alemanha, neste ano), atingimos um 4 lugar no europeu de 2000 na Alemanha, acompanhamos uma fabulosa qualificação para o mundial de 2002 ( e uma, menos boa, prestação neste mesmo mundial) e com os mais novos deste grupo fomos até uma final de campeonato europeu no estádio da Luz em 2004.

Por isto e pela forma como divulgaram o nosso país, com uma classe que não é partilhada pela actual selecção nacional, tenho aqui, nesta data que marca o seu fim, deixar aqui um obrigado ao Luís Figo em especial, mas também a toda esta geração de futebolistas que levou Portugal mais alto.

Assim a todos eles: Adeus e Obrigado...

sábado, 16 de maio de 2009

Onde a ignorância chega...

Sempre me fez confusão quando alguem se virava para mim e me contava uma daquelas piadas que toda a gente conhece e acha muita graça contar aos outros sobre qualquer raça, até eu infeliz e ingenuamente cometi esse erro(mas ingenuamente como ja disse).
É de facto triste no minimo o preconceito, mas é ainda mais triste esse mesmo preconceito passar de geração em geração atravez de piadas que podiam ter bem mais graça se nao mostrassem tanto da nossa ignorância...é mesmo o unico adjectivo que eu encontro para descrever essa atitude, se e que eu lhe posso chamar isso, ignorância.

Nao faz sentido o racismo em si, as pessoas queixam-se das outras raças, humilham-nas, dizem que causam desordem ou que são roubados na rua mas Nós é que os roubamos durante meio milenio, mas isso ja ninguém viu, é como nos jogos do porto, nunca ninguem ve nada.
Consideras-te "civilizado" quando es tu que exploras? So que Nós exploramos duma forma "civilizada", posso dizer "com maneiras", eles tentam á sua maneira,a que Nós chamamos violência. Estás a espera que essas raças "nao civilizadas", porque Tu nao deixaste, se comportem como tu devias? Tu tens e nao fazes por isso, eles nao têm e fazem por isso, nao te parece contraditorio? Acorda pa, comporta te como deves, aproveita o que tens e ajuda quem nao deixaste ter.

Queres ser respeitado, tens que respeitar. Somos todos irmãos, Só muda a a cor da pele. Nao e seres branco que faz de ti melhor, nao consegues compreender? Somos iguais e se te faz confusao tenta ver a cor da pele como uma caracteristica psicologica dessa pessoa, valoriza e nao critiques porque se calhar eles têm mais razão para o fazer do que tu.
Quem quiser comente

sábado, 9 de maio de 2009

Problemas da nossa geração vol.1

Hoje achei por bem vir falar de um dos grandes problemas da nossa geração que é a meu ver a falta de humildade

A humildade é dos valores mais importantes que devemos ter , mas que grande parte não tem. Isto comprova-se com um exemplo muito simples , a necessidade de compararmos aspectos do nosso ser com os de outros normalmente para sobressairmos.

Eu penso que a falta de humildades pode ter vários motivos , sejam eles o facto de virmos de uma família ou zona problemática e nos tarmos a safar bem na vida (se bem que um passado difícil só nos devia tornar mais humildes) , seja o facto de virmos de uma família ou de um meio rico em que estamos habituados a desde pequeno ter mais que alguns do nossos amigos e mais do que a maioria das pessoas da nossa idade , ou até pelo facto (e este é grave) de vermos a humildade como uma fraqueza de carácter na medida em que pensamos que por fulano tal não querer ter isto ou aquilo , ou pelo menos dizer qu tem faz dele um tipo pouco ambicioso e "xoninhas" , podemos ainda ter a falta desta virtude por não termos um exemplo que a tenha , ou simplesmente porque gostamos de nos gabar e ser idiotas ; mas penso que talvez o maior motivo seja uma necessidade de afirmação social que lá no fundo todos acabamos por ter mas cada um faz as suas escolhas umas mais certas outras nem tanto...

Eu deparo-me todos os dias com esta falta de senso quando oiço comentários do género " ah eu comi não sei quantas gajas hoje , eu bebi 1000 litros de álcool hoje , eu passo 20 horas semanais no ginásio e tou todo dopado com MegaMass e tou a levantar 100kg com a pila , eu tenho um telefone do caralho que é a cores e tira cafés , etc.". Sinceramente eu não percebo como é que beber muito ou ter um ganda telefone ou beijar não sei quantas gajas (que nem sabemos o nome e secalhar lá pelo meio uma delas tinha pila) é motivo de orgulho , eu acho que não há nada de mal em gostar de ter coisas boas e acho que se temos possibilidades para tê-las tudo bem , mas sinto que a grande maioria das pessoas da minha idade e não só têm uma necessidade enorme de dizer que têm , de dizer que fazem e acontecem ; mas epá para esse género de gajos só tenho uma palavra: Parabéns! És um ganda campeão , quando for grande quero ser como tu.

Deixo aqui um apelo a quem ler isto para tentarem serem um bocado mais sério e para perceberam que só porque são todos xpto's isso não faz de voçês melhores pessoas do que alguém que não é como tu.

terça-feira, 5 de maio de 2009

O porquê de sermos assim.


Eis-me regressado de uma viagem de 4 dias por uma cidade a 2 horas de voo, mas a séculos de distância.

Enquanto estive fora, numa cidade completamente oposta aLisboa, em forma e em comportamento, fiz por reparar nas diferenças entre nós e eles, para tentar compreender o porquê de sermos assim.


As razões do presente estão no passado, pensei no facto e descobrique e as nossas se situam em três datas fatídicas, cujo seu efeito abalou o nosso destino para sempre: 1545 (Concílio de Trento); 1945 (Fim da II Guerra Mundial); 1975 (PREC).


A verdade é que vimos a perder o comboio do desenvolvimento desde o séc XVI, somos um país marcado por desgraças e por erros que nos mancharam o futuro.

Como disse tudo se iniciou naquela época de descobrimentos e de humanismo, ideias novas, renascimento, onde o protestantismo nascia pelo resto da Europa, liderado pelos países do Norte que se mostravam descontentes com os caminhos tomados pela Santa Sé. Nessa data fatídica de 1545 o Papa Paulo III, assustado com os rumos que a fé tomava decidiu convocar todos os cardeais do Mundo conhecido para instaurar uma espécie de Baillout, um plano para salvar uma empresa como Roma que se encaminhava a passos largos para a falência. E foi aí que a Europa se partiu em duas e nós infelizmente ficámos na pior metade.


Nascia assim a contra-reforma com todas as suas implicações, começavam os autos-de-fé, os julgamentos baseados na tortura e as confissões forçadas, tudo motivado por uma espécie de superioridade moral. Mas o que mais prejudicou Portugal nem foram essas demonstrações da barbárie humana mas sim o acto como todo o processo começava: pela simples denúncia não provada.


Isto incutiu a nossa pior qualidade no adn-social do país, o provincianismo levado ao extremo de Eça, a coscuvilhice das porteiras, os boatos actuais dos jovens.

(A falta de privacidade é hoje uma realidade, aliás algo com que nos habituámos a viver, não quero dizer que isto seja mau, simplesmente é, agora as suas implicações a nível económico e quanto ao nível de vida é que são desastrosas).


Depois veio a decadência nacional com a questão do ultimato, a vergonha de um país rebaixado perante o gigante inglês, mostrou muita da nossa génese e falta de garra. Nada disso viria a ser solucionado com Salazar, que indiscutivelmente, não teve um mau papel no pré e durante II Guerra Mundial, mas que não soube quando parar, deixando a oportunidade de 45' e a queda de muitos regimes autoritários, debaixo da hegemonia americana e da bandeira da liberdade, prendendo o país por mais 25 anos (+4 de Marcello) que em nada fizeram sentido.


Quando todo o Mundo girava em torno da III Revolução Industrial e percebia-mos que afinal o capitalismo era uma realidade e que 29' não tinha passado de um rebound (nada que nem de perto nem de longe apagasse aquele século e meio de Adam Smith.. aliás faz-me lembrar outra data) , Portugal perdeu mais uma vez a carruagem, (nem concretizando a sua primeira revolução quando o Mundo já navegava na terceira) e nos reduzimos à pior situação possível: viver a sós.


Pronto, lá veio aquela madrugada de 25 de Abril de 1974, Salgueiro Maia e a sua pandilha (sublinho que tenho a maior das considerações pelo capitão ao contrário do cabrão e assassino do Otelo), um dia lindo cheio de cravos no chão. Mas o pior estava para vir.




Este país é bipolar, tanto ama como odeia, tanto grita como se cala, e foi isso que aconteceu, voámos de um regime autoritário de direita para um domínio da esquerda marxista sob o comando de Moscovo vendo em nós e no seu menino bonito (o Álvaro) um país geograficamente estratégico para a continuação da carta de Varsóvia.

Aqui começou a festa: nacionalizações; manifestações dos padeiros, pedreiros, leiteiros, carteiros, cantoneiros, sapateiros, ferreiros e todos os eiros, ninguém trabalha, tudo caça capitalistas e fica a ideia de que tudo é de todos, (o Marx é que tinha razão e toda a riqueza não passa de sorte, roubo ou herança: de alguém que praticou as duas primeiras).

Veio a CEE, sem dúvida a nossa grande ajuda de hoje, mas pouco mudou, e em cada factor e relatório económico vimos sempre ajudados pelo carro-vassoura.


Agora já estou como o Presidente Mexicano, QUE MAIS NOS PODERIA ACONTECER?!




Ficou-nos a equação: tivemos a contra-reforma, tivemos uma monarquia cobarde que criou a relação mais estranha com as colónias (não as desenvolvendo, não fomentando o comércio não as explorando), uma ditadura de direita parva e sem sentido e um PREC nojento. Tudo isto foi igual a:


Provincianismo

Falta de respeito pelo factor trabalho

Enveja

Intervenção estatal na Economia

Proletarização da sociedade

Políticas fiscais injustas

Combate à riqueza



Agora, bem podemos chorar.











Nota:


Os portugueses têm de entender que só há uma solução na vida, o trabalho, o esforço, o valor acrescentado, a riqueza de cada indivíduo que nos levará a riqueza colectiva.

Tudo começa na produção, no que damos de nós a cada bem, passa pelo que recebemos dos outros mas também no que distribuímos ao bolo do estado (este irá ajudar quem mais precise).

Esse dinheiro que "nasce" e escorre pelas nossas mãos vai ser usado em bilhetes de teatro, livros, cinemas promovendo a cultura, mas também pagará os médicos que ajudarão os doentes, nunca deixaram um pobre sem emprego porque a sociedade de tudo produz e consome e aí os criminosos não terão necessidade de existir.

Esta é a fórmula da felicidade.


Ao contrário da esquerda radical, a riqueza não pode ser inventada, não se podem distribuir notas às pessoas como no Zimbabwe porque aí haverá inflação mas também não se tirará aos ricos como na URSS porque aí deixarão de haver ricos porque ninguém está para sustentar os outros.


Eu seria de esquerda se a actual esquerda fosse sinal de liberdade e justiça mas não é, a esquerda quer impor que os mais capazes sustentem os outros, quer impor que ninguém tenha a liberdade de ser rico porque existem pobres. Isto não é liberdade, é opressão e inveja de quem não consegue apanhar os outros e prefere ser como a mulher da história de Salomão (escolhe não ter filho porque a outra não terá).


O fascinante é que isto em Portugal prolifera e porquê? 1545, 1945 e 1975.


Apenas terminando, se eu pudesse um dia reportar-vos o video que tenho dentro da minha cabeça isso seria a conjugação de tudo o que penso sobre Portugal e o Mundo:


-Miami, 2005, a cidade está infestada de riqueza e numa esquina prega um homem com um cartaz às costas dizendo: A América é uma capitalista pecadora e cheia de luxúria! Neste momento passa um belo Hummer quando o Santo grita "Hey, Sinner!" De dentro daqueles vidros fumados apenas saí uma mão com um dedo no ar. A cidade permanece ao seu ritmo, o maluco ainda grita, mas ninguém lhe dará alguma vez ouvidos. Ele prossegue mais uma vez sozinho na sua razão.


Quatro anos passaram e este fim-de-semana voltei a ver "esse mesmo homem": desta vez estava no metro pregando a lenga-lenga de sempre, quando por ele passavam Árabes e as suas pulseiras de diamante, caminhando em harmonia com Judeus e as suas tranças, aliados a Indianos ou Russos com os seus Blackberrys. Também havia “sinners!” mas obviamente a cena repetiu-se: Londres permaneceu ao seu ritmo, o maluco ainda gritou, mas ninguém alguma vez lhe deu ouvidos.


Mas porque somos assim? Porque o "esse mesmo homem" emigrou para Portugal e hoje domina 12% do nosso eleitorado.

Estou aqui Martinho, sou eu: o capitalismo. E nunca te deixarei ficar mal.

Hoje Ben Bernake, presidente da FED e um dos 5 homens mais importantes na Economia Mundial, o qual não pode proferir uma palavra sem a máxima certeza, disse a todos os Americanos e ao Mundo que já tínhamos batido no fundo, a partir de agora só para cima.

Salvaguardemos apenas que o S&P 500, mais importante índice do Mundo já subiu em dois meses 27.59% e já se encontra positivo em 2009.
O Dow Jones 100 (Índice Industrial Americano) regista uma subida de 8% em duas semanas.

A verdade é que o capitalismo é uma verdade Universal (mesmo com alguma intervenção, que teve o seu papel fundamental) o mercado regenera-se sozinho e já vemos a máquina americana e o monstro chinês a levantarem a cabeça (note-se que ontem foi divulgado que a procura de aço industrial chinês aumentou para máximos de 9 meses).

Peço desculpa rouges, mas se calhar nunca vão ver o vosso desejo cumprido.

THE FED
Fed chief Bernanke sees economic rebound on tap
Jobless rate won't hit the 10% mark, he tells congressional panel

WASHINGTON (MarketWatch) -- Signs of life from the battered consumer and housing sectors raise hope that the severe recession may be bottoming out and that growth could turn positive later this year, Federal Reserve Board Chairman Ben Bernanke said Tuesday.
Businesses will likely need to restock shelves after letting their inventories fall sharply, Bernanke said in testimony on Capitol Hill.
For their part, consumers appear to have adjusted to the downturn and have begun shopping again, and the spring selling season for homes seems to be attracting buyers for the first time in three years, he said.
"We are hopeful that the very sharp decline we saw beginning last fall through early this year will moderate considerably in the near term and we will see positive growth by the end of the year," Bernanke told the Joint Economic Committee.
"The recent data ... suggest that the pace of contraction may be slowing, and they include some tentative signs that final demand, especially demand by households, may be stabilizing," he said. Read Bernanke's prepared remarks.
While stopping well-short of giving high fives to the members of Congress, Bernanke was more optimistic than he has been in some time. His remarks add to the sense that officials at the U.S. central bank now believe the Fed's unprecedented actions over the past year are sufficient to generate a recovery.
The Fed has slashed its interest-rate target effectively to zero and has taken over the job of pumping credit into the economy from the crippled banking and securitization markets. The Fed is also buying Treasury securities and mortgage debt.

'The recent data ... suggest that the pace of contraction may be slowing, and they include some tentative signs that final demand, especially demand by households, may be stabilizing.'

— Ben Bernanke

Many economists believe the Fed's policies may ultimately be inflationary, but Bernanke betrayed no hint of fear about rising prices, saying: "In this environment, we can anticipate that inflation will remain low."
One reason prices won't spike is that the prospective recovery is likely to be subpar and only gradually gain momentum, Bernanke said.
In addition, the nation's labor market will continue to be weak "in coming months," he said.
Another reason is that consumer expectations about prices have remained stable.
Economists believe the Fed will be slow to remove support for the economy. Interest rates are expected to stay in the range slightly above zero through the end of the year.
What could upset the apple cart
Bernanke's optimism came with important caveats, however.
While conditions in financial markets have improved and a gradual repair of the banking system is underway, any reversals on these two fronts would darken the economic outlook, he said.
"A relapse in financial conditions would be a significant drag on economic activity and could cause the incipient recovery to stall," he said.
The results of the government's "stress tests" for 19 major banks and financial institutions are expected to be released later this week.
White House spokesman Robert Gibbs said Monday that the Obama administration believes it won't have to ask Congress for more money for banks. Bernanke said he supported this conclusion.
Banks that can't tap private markets can convert some of the government's preferred shares into common equity, he said.

Influenza A H1N1

Para quem não sabe, o pânico espalha-se pelo mundo, devido ao Influenzavirus A (H1N1), também conhecido por Gripe Suína. O vírus teve origem simultaneamente no México e no Sul da América do Norte, sendo também chamada gripe mexicana, gripe sul-americana, e nova gripe, já que, como diz o porta-voz da OMS, Dick Thomson, "O vírus é cada vez mais humano e cada vez tem menos a ver com o animal" (também porque os comerciantes de porco carinhosamente pediram, mas essa parte não interessa).

Mas mesmo assim como explicar este pânico todo? Será o vírus assim tão alarmantemente perigoso?

Bem, para explicar o perigo deste vírus eu (infelizmente) tenho que dar uma breve noção cientifica sobre ele, para o caso de as pessoas não estarem na mesma área de estudos que eu.

Primeiro que tudo é importante definir que um vírus, ao contrário do que muitos pensam, não é um ser vivo, viaja ao sabor da corrente (sanguínea no caso deste), não tem metabolismo celular (que e o que define vida, e para o caso não interessa ser definido), basicamente é uma cápsula que contem ADN.

O que torna um vírus perigoso então, não é a capacidade do vírus matar (directamente) outras células. Os vírus pelo contrário estimulam alguns processos celulares.
Os vírus actuam da seguinte forma: Juntam-se a qualquer célula do nosso organismo (vírus específicos e tipos de células específicos, neste caso, células respiratórias), injectam o seu ADN na célula, e "obrigam-na" a fazer cópias deste vírus, gastando dos seus próprios recursos e acabado assim por morrer. Isto no nosso organismo significa que nós começamos a morrer...

É perigoso, mas nós temos dentro de nós um tipo de células brilhante, células do sistema imunitário (S.I.), por isso o vírus da SIDA ser tão perigoso, porque ataca estas mesmas células. Estas células reconhecem os vírus, através de indicadores diferentes que todos os vírus têm na sua cápsula, vamos imaginar que é pela sua forma, uns são cúbicos outros redondos e outros tetraédricos. Cada vez que um vírus ataca, e nós respondemos a este ataque, são enviados os "batedores" do S.I, que reconhecem o vírus, após reconhecido, o S.I. cria todo o tipo de células que literalmente engolem estes vírus e posteriormente se destroem (apoptose). Após um destes tipos ser seleccionado como o mais eficaz, e ter destruído o vírus ficamos com memoria deste vírus para sempre, e sempre que ele voltar, já tem uma resposta muito mais rápida do S.I. pois não é preciso descobrir quais as células do S.I. a mandar, já temos essa informação na nossa memoria.

Assim qual o problema desta gripe (sim porque este vírus não passa duma gripe)? Todos nós tivemos gripe na nossa vida, devíamos reconhecer e eliminar rapidamente o vírus. O problema é que o Influenzavirus sofre muitas mutações, o que significa que num ano temos uma estirpe de "tetraedros" noutro, uma de "cubos".
Assim a resposta do nosso sistema é muito mais lenta, e muitas vezes não chega a ser rápida o suficiente.

E as vacinas? Há vacinas para as outras gripes, porque não há para esta também? Ou mesmo um antibiótico?
Começando pelo fim, os antibióticos, como o nome indica, são anti bios, anti vida, matam seres vivos, têm um funcionamento diferente das vacinas e das células do S.I. que falei acima, assim, e como os vírus não são vivos, não funcionam.
Já as vacinas por outro lado funcionam, mas a da gripe humana comum não é eficaz, a da gripe suína usada em porcos não pode ser usada em humanos, e por alguns motivos que aqui mencionei, e ainda outros que seria dificílimo de explicar para leigos na matéria (não que eu seja um especialista, tenho apenas as bases necessárias para entender isto) as novas vacinas demoram tempo a ser criadas, e as mutações dos vírus são quase constantes. O objectivo destas é que quando usadas, permitam uma defesa rápida por parte do organismo e não só para uma estirpe do vírus mas para muitas.
Como disse, Karl Nicholson, da Universidade de Leicester, na Grã-Bretanha, "se o vírus evoluir para uma pandemia, a primeira onda vai chegar e irá embora antes que uma vacina tenha sido produzida."

Assim percebemos o porque de tanto alarme. Primeiro e um vírus tão contagioso como a gripe comum (entre humanos). Em segundo não se conhece ainda uma vacina. Embora existam antivirais que podem ser usados se a doença for descoberta a tempo. Os sintomas da doença são febre repentina, fadiga, dores pelo corpo, tosse, e esta nova estirpe que tanto nos preocupa (ou não), também causa diarreia e vómitos.

No entanto, esta gripe não é um monstro de sete cabeças, que gera duas quando uma é cortada. Tomando as precauções necessárias estamos todos sãos e salvos.
Assim vou-vos dizer como (não) se propaga a gripe, e como evita-lo. A contaminação dá-se de maneira igual a gripe comum (evitem dar beijinhos a pessoas com gripe). É só isto, a gripe não se propaga por carne de porco desde que cozinhada (a mais de 70ºC).

PS: Usei alguns eufemismos para explicar mais facilmente algumas coisas, desculpem-me se me excedi um bocadinho, desculpem também algum erro ortográfico.

domingo, 3 de maio de 2009

The Curious case of Conceição Lino


Nós por cá não vemos muita televisão e ultimamente temos escolhido particularmente não a ver às sete horas nos dias de semana na Sic isto porque a cadeia de televisão nacional decidiu oferecer, sem aviso, um programa a Conceição Lino.

No telejornal a peça jornalística “Nós por cá” era já pouco suportável, mas a verdade é que denunciava casos, alguns escandalosos que envergonhavam o pais e várias instituições. Uma vez por semana Conceição Lino mencionava casos que eram importante mencionar, com um tom estupidamente arrogante.

Face ao sucesso a Sic decidiu fazer “render o peixe” e passou de um segmento do telejornal de domingo com duração de 15 minutos para um programa diário de uma hora com Conceição Lino e mobiliário do ikea.

Acontece que eu adoro comer no Burger King e faço-o uma vez por semana, se tanto, se o fizesse todos os dias engordava, sujeitava-me a ter um ataque cardíaco, ficava com diabetes e provavelmente vomitava ao fim do terceiro dia, é precisamente o que vai acontecer a quem começar a ver esta dose absurda do programa “Nós por cá”. Acontece que Conceição Lina está a aprender da pior maneira que uma hora por dia não é assim tão fácil de preencher e as reportagens tem vindo a ser mais estúpidas de programa para programa.

Um dia ,desprevenido, apanhei este programa e como não via televisão estúpida há uma semana, porque a tvi esteve com problemas na minha televisão, decidi aproveitar o momento. Então o programa “Nós por cá” falava de uma estrada nacional que tinha várias estradas rurais que a intencionavam, sempre sem prioridade, onde estavam colocados sinais de “stop”. Eram cerca de 50 sinais de stop numa dimensão de 6 km, parece que cada custa à volta de 50 euros (o que perfaz um total gasto de 2500 euros). Provavelmente seria com estes números que o repórter tencionava chocar o espectador porque os restantes cinco minutos da reportagem eram entrevistas a pessoas que trabalham no campo com idade superior a 60 anos e que pouco ou nada tinham a dizer sobre o assunto.

Antes do fim da reportagem é entrevistado um instrutor de condução que indica que todos os sinais estão bem colocados e são necessários elogiando o trabalho da autarquia, ou seja, era absolutamente desnecessário esta reportagem pois nada se passava, Conceição Lino é alguém que criticará a autarquia por ter sinais a menos e por ter sinais a mais e até, quem diria, por ter o número de sinais obrigatórios pelo Código da estrada, só para conseguir preencher o seu programa de uma hora. O que vem a seguir? Uma reportagem sobre o tempo que o sinal vermelho dura na Avenida da república e o quanto isso prejudica as pessoas que estão a ir para o trabalho? (Eu calculei que a jornalista fosse adorar esta ideia, e qualquer outra que lhe ocupe tempo no programa, portanto fiz questão de a ir registar.)

O nosso país tem vários problemas e lacunas e é preciso tempo para resolvê-las, a pensão de invalidez da Tia Luísa vai chegar um dia, mesmo que seja uma espera escandalosa, irá ser resolvido e nós não estamos assim tão interessados em saber como se irá processar. O pais não aguenta a pressão Conceição Lino, o teu marido não faz um programa de uma hora diário sobre tu ressonares ou sobre o facto de cozinhares pessimamente, são erros que todos cometemos e que não expomos na televisão.

Conceição Lino, nós por cá temos José Sócrates e os Morangos com açúcar, portanto não precisamos de mais nada que envergonhe o pais, obrigado.

sábado, 2 de maio de 2009

Abril, a quanto obrigas...

No passado dia 25 de Abril, em absoluto jeito de provocação, foi inaugurado o Largo professor Oliveira Salazar em Santa Comba dão. Pelo que sei, este acontecimento deu-se sem incidentes. Os democratas portugueses, dão aos Salazaristas o direito de se expressarem, e até respeitam que uma câmara municipal preste homenagem a esse ditador que deteve o poder durante mais de três décadas. Hoje, mais uma vez um grupo de Salazaristas prestou homenagem ao ídolo em Lisboa, mais uma vez sem incidentes...

Todos, respeitam a liberdade de "culto" a Salazar, inclusivamente o PCP. É uma lição de democracia, do espírito de Abril, que ( a nós democratas ) nos enche de orgulho. Tem um encanto especial para quem lutou contra a ditadura ( ou no meu caso vem de , uma família resistente ao Estado Novo ) por saber que Salazar onde quer que esteja, estará muito mais ofendido que qualquer capitão de Abril com a homenagem que lhe foi prestada no dia em caiu o regime que ele fundou quarenta anos antes.

Quem ainda não aprendeu a viver em democracia foi o PCP ( o que aliás não é surpresa, nem é isso tão pouco que procuram ideologicamente ). Ontem militantes do PCP deram um espectáculo deprimente, ao agredirem Vital Moreira na marcha do 1º de Maio. Entre insultos, garrafas de água lançadas e efectivo contacto físico violento, os comunistas mostram o seu elevado espírito democrático e de respeito pelo próximo.

Carvalho da Silva, líder da CGTP (esse órgão tão isento), recusou-se a pedir desculpa a Vital Moreira, e só faltou dizer que estava a pedi-las. Mais um bando de pessoas que ainda não aprendeu o que quer dizer liberdade e democracia. Mas eu entendo Carvalho da Silva, a agressão é uma forma de exercício do protesto como outra qualquer.

Pergunto-me onde estaria a Policia neste momento. Quem viu hoje o Diário de Noticias hoje sabe a resposta : atrás do grupo que agrediu Vital Moreira, em protesto. E como têm tanta obrigação de defender os cidadãos como qualquer outro nem se mexeram. Ser policia é um trabalho das 9 as 17 ? A mim não me parece. Das duas uma : ou acharam que estavam fora de serviço e nada devem a comunidade depois das 17 ou concordaram com Carvalho da Silva e acham que Vital Moreira estava a pedi-las.

O PCP tem que entender que não é dono dos seus militantes (muito menos dos ex-militantes) nem do 25 de Abril, tem que aprender a respeitar os socialistas como respeita os Salazaristas e tem que perceber que há formas de protesto que não são permitidas em liberdade (apesar de, como já disse, ser um ideal ao qual dão pouco valor na sua condição de Estalinistas).

E nós, os democratas, temos que aceitar tudo isto: Abril, a quanto obrigas...

Estás aí capitalismo? Sou eu, o Martinho.

A crise veio para ficar, e isso não quer dizer que se ficarmos fechados em casa com uma dispensa cheia de mantimentos ela vai passar mais rápido. Já é altura de isso se tornar claro para todos. Há na verdade um culpado na crise, e tem sido altamente criticado, Wall street foi a principal culpada deste desastre económico que tem gerado desespero e miséria pelo mundo, mas a verdade é que é altura de deixarmos de fazer metáforas e de culpar, literalmente, uma rua em Nova Iorque.

Temos de ter consciência que foram homens, que foi um inteiro regime económico e um descontrolo total por parte de bancos e companhias de seguros que gerou esta crise, que criaram a frustração que hoje se vive. Há famílias que perderam as suas casa, milhões de pessoas que perderam o seu emprego e o seu sustento, que perderam uma maneira digna de viver, e que procuram furiosamente um culpado e uma maneira de pagar as contas no fim do mês.

Enquanto lia o Los Angeles Times online, vi um anúncio da marca de automóveis Hyundai, referente a stands na Califórnia, em que, ao comprar um carro o stand oferece algumas garantias ao comprador. Em caso de empréstimo o comprador, caso perca 40 por cento, ou mais, do seu rendimento de um mês para o outro pode não pagar a prestação do carro até 3 meses para se conseguir por de novo de “pé”, caso consiga, então a marca japonesa esquece o assunto e a prestação continua, caso não consiga tudo o que tem de fazer é devolver o carro ao stand, sem mais complicações ou dívidas.

Ora este não é o capitalismo que nós conhecemos, o capitalismo que nós conhecemos estimula-nos a pedir créditos sobre créditos à marca de automoveis para pagar as prestações e depois de termos pago o carro cinco vezes, só em juros, somos obrigados a devolvê-lo ao stand porque a três meses do fim do contrato deixaram de nos oferecer o crédito e nos pensamos que, se já temos duas úlceras no estômago, é altura de deixar de pagar o carro e passar a fazer mais do que uma refeição por semana.

O novo capitalismo castrado não nos vai fazer recuperar da crise económica enquanto o verdadeiro capitalismo fugiu com medo e vergonha.
Mas a verdade é que a campanha da Hyundai é uma forma interessante de estimular a compra, e até podemos encarar como forma da própria marca pedir desculpa pelo sucedido, eles sabem que estão envolvidos no capitalismo e que a crise afectou praticamente todos, isto é uma forma de se redimir. Esta proposta parece a melhor forma de comprar um carro actualmente, deveremos aceitar o perdão da economia? Como é que estamos sempre a desculpá-la?

No outro dia estava a andar na rua e vi um cartaz, “quatro iogurtes por 49 cêntimos”. Ou seja, uma mãe pode dar um lanche a um filho por menos de um euro. Um hambúrguer numa cadeia de fast food custa hoje um euro, e portanto um mendigo pode actualmente garantir a sua alimentação durante os seus tempos de crise por cerca de quatro euros por dia. Parece-me que é por estas razões que desculpamos o capitalismo, que sem querer ganha vertentes sociais.

Agora precisamos de esquecer o que se passou e voltar a lutar por uma economia forte e segura, portanto, volta capitalismo, estás perdoado.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

A gata Maria

Escrevo aqui hoje, para falar de dois dos meus temas preferidos : órgãos de comunicação social e tribunais. Neste caso em concreto, tenho também, que falar de gatos. Parece estranho? Continuem a ler, e estas primeiras frases vão parecer parte da rotina, de uma normalidade tão absoluta que nem merecerão comentários.

Hoje, vendo o telejornal da SIC dei por mim a assistir (ao fim de 55 minutos de telejornal) a uma peça de 5 minutos sobre a gata Maria. Ao contrário do que é hábito em noticias sobre gatos, a gata Maria não sabe bater palmas, não brilha no escuro, nem sequer deu a luz 101 gatinhos. A gata Maria é o motivo central de um processo que decorre num tribunal em Lisboa...

Conto a historia de forma rápida : Um homem empregado em Carnaxide, apaixonado por animais, viu uma gata abandonada no seu local de trabalho, acabou por leva-la para casa. Neste momento reparou que a gata parecia doente, levou-a ao veterinário que durante a consulta lhe encontrou um chip com o nome e o contacto telefónico da dona do dito bicho. Contactou a dona do animal, impondo como condição para devolver o animal, guarda-lo até que este estivesse curado. A dona ofendeu-se e pôs um processo em tribunal ,contra o casal que tinha adoptado a Maria, por furto simples.

O Ministério publico deu razão à queixosa e acusou o casal de furto simples. Hoje deu-se a primeira sessão do julgamento ( ou tentativa dele, visto não ter vindo a acontecer devido a um erro no sistema informático) que ocupou pelo menos um juiz, um delegado do ministério público e um oficial de justiça. Todos os citados recebem um ordenado ( pago pelos impostos dos cidadãos ) para estarem num julgamento sobre um gato, pelo que consta furtado, que na realidade nem veio a acontecer.

Como tudo o que já escrevi me parece um símbolo absoluto de normalidade quero partilhar apenas mais dois factos que faziam parte da noticia. Primeiro, a jornalista quando enumerava a lista de pessoas que tinham perdido a tarde por causa do adiamento do julgamento falava também de "um grupo de jornalistas". Extraordinário! Perderam a tarde ? Pois perderam, não por não se ter realizado o julgamento, mas sim por terem cometido o erro de pensar que aquele caso seria motivo de noticia.
Em segundo lugar, acho também importante dizer que o gato (sim, o motivo de toda esta discórdia) se encontra desaparecido há bastante tempo.

Fico na duvida se não deveriam ser criados instrumentos para que estes casos não entupam o sistema judicial (já entupido com casos, verdadeiramente, importantes), e também se as televisões não deviam pensar em reduzir o tempo de telejornal evitando que haja jornalistas a perder tardes com casos como o da Gata Maria...

terça-feira, 28 de abril de 2009

Europeias

Mais uma vez, após uma leitura atenta de jornais e revistas, algo me despertou a atenção. Segundo uma sondagem europeia, a percentagem da população portuguesa este ano será de 24% (mais de 70% de abstenção, portanto). Até em algumas sondagens mais recentes afirmam que apenas 16% dos portugueses votarão. Com certeza todos nós já andamos a seguir as candidaturas europeias há algum tempo, e acho que podemos perceber o porquê de tal descrédito dos portugueses nos seus candidatos. Primeiramente, escândalos de corrupção assombram alguns políticos e os seus partidos. Também o facto de muitos portugueses não reconhecerem o devido valor às políticas europeias. No entanto, não é só isto, não pode ser só isto!
É neste momento que somos forçados a olhar para os nossos candidatos, apercebemo-nos então dos verdadeiros motivos da abstenção portuguesa. Como o próprio artigo dizia: " Escolha entre Miguel Portas (bocejo), Ilda Figueiredo (duplo bocejo), Laurinda Alves (triplo bocejo, seguido de duplo bocejo), Nuno Melo (riso contido), Paulo Rangel (riso nervoso), e Vital Moreira (suspiro)" (in Sábado, 23 de Abril).
Vamos tomar o exemplo do partido "favorito", já que assim o é, deveria apresentar um bom candidato. É impossível não reparar que diz coisas brilhantes como, que, desde o início do governo de Sócrates os impostos desceram em Portugal. É um político ex-comunista, regime que por norma se define pelo isolamento económico, e agora defende e candidata-se à política europeia (grande vira-casacas).
Pronto, pronto... Talvez não sejam todos assim...
Vejamos antes o segundo partido na corrida, cujo cabeça de lista é Paulo Rangel, esperem, não e esse o partido cuja presidente disse que Portugal necessitava de uns mesinhos de ditadura (lá está de novo esta grande contradição, ditadura, politica europeia, ditadura, Europa...hum)? Só para meter tudo nos trincos, enquanto se torturava, prendia, oprimia e censurava, mas só até tudo ficar certinho...E acerca do mesmo candidato, o mesmo artigo supra-citado diz: "Paulo Rangel não se está a tornar conhecido por gafes como esta [uma das várias de Vital Moreira], o que parece uma coisa boa até percebermos que a verdade é que não está a tornar-se conhecido, ponto." O que se vem a confirmar com uma simples pesquisa no Google (aparecem mais noticias sobre o seu homónimo actor brasileiro, que sobre este nosso caro politico).
Assim sendo, sabendo que estes são os partidos favoritos, apercebermo-nos o porquê da elevada abstenção. No entanto incentivo-vos a pesquisarem os outros candidatos com igual afinco, já que merecem tanto lugar ao sol como estes. (Pessoalmente penso que esta tarefa deveria recair sobre os ombros do A.M. pela experiencia que tive da critica dele aos políticos. já que eu não posso fazer mais porque os textos longos induzem sensações de enfado aos bloggers)

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Poderes

Este artigo estava, a principio, dedicado ao tema da Educação, referido (e muito bem) neste Blog pelo Francisco, mas há uma noticia no dia de hoje que não me permite escrever sobre este tema. A noticia a que me refiro é a noticia que dá conta de um levantamento exaustivo, das escrituras celebradas pelo Primeiro-ministro e pela sua família mais próxima, feito pela Ordem dos Notários.

Primeiramente, pergunto-me em que medida a Ordem dos Notários procura atingir os seus fins através deste "trabalho"
Defende os interesses dos notários ? Não me parece!
Angaria fundos ? (sinceramente) Espero que não!
O motivo dado, oficialmente, pela Ordem é notável: limitaram-se a aceder a um pedido de um jornalista, decidiram colaborar...

O interesse da informação também me parece discutível. Parece-me que todos concordamos que as noticias de jornal, principalmente quando violam a privacidade de alguém, têm que ter um interesse social.
Em que medida as comprar de imóveis de José Socrates e a sua família interessa á sociedade ? Pouco, a "cusquice" sobre os políticos é conversa de café, que não me parece cumprir o critério do interesse publico...
Ou queria informações para passar ao ministério publico? Apesar de ser um nobre objectivo, não me parece que seja a função do jornalista (e não me parece que tenha encomendado o "serviço" por isto, tenho até quase a certeza)

Portanto, estamos perante um caso de invasão da privacidade por parte do jornalista que encomendou o "estudo" a esse órgão isento que é a Ordem do Notários. Quanto á Ordem dos Notários parece-me, que além de destruir a sua imagem de isenção, devassa (sem motivo) a vida privada do Primeiro-ministro. Apesar de falarmos de documentos públicos uma busca exaustiva como esta parece-me quase perseguição (a um homem que até prova em contrario é inocente de qualquer crime)

Termino, dirigindo-me a todos aqueles que passam os dias com a conversa de que vivemos num país onde nada acontece aos banqueiros, aos dirigentes de futebol e aos políticos, perguntando a estes: parece-vos que acontecerá alguma coisa aos notários ou aos jornalistas ?

Se calhar tudo isto são suposições idiotas, e todo este "esforço" comum a jornalistas e notários tem um motivo lógico e moral...

quarta-feira, 15 de abril de 2009

~Educaçao = Pobreza?

Quantas vezes ja ouviram que Protugal é um pais muito abaixo da média europeia?Que somos um pais pobre?
Eu já o ouvi várias vezes, mas hoje, quando consultei algumas noticias recentes fiquei assombrado pelos números que vi. Numa população de 10 000 000 de pessoas, 2 000 000 das mesmas estão abaixo do nivél de pobreza, ou seja, um quinto da nossa populção é pobre. Pior ainda, 15% deste valor são menores.
Retirei estas informações de um estudo publicado no DN, o qual afirmava tambem que 40% dos individuos com mais de 14 sem percurso escolar era pobre. Isto levou o autor deste estudo a concluir que "existem elevados níveis de retorno da educação no mercado de trabalho em Portugal".
Quando existem valores tao altos de pobreza entre os jovens, quando mais e mais os jovens estão informados para o que os espera no mercado de trabalho, a competitividade que exite neste, a necessidade de educação ao nivel universitário, eu tenho que me perguntar: Entao qual o porquê de tantos jovens nao almejarem estes objectivos,este tipo de ensino? O porque continuar a existir tantos jovens que por causa da falta de educaçao continuam pobres?(como revela o estudo)
Será que o estado nao apoia o suficiente o ensino? Será que nos defrontamos de novo com a fraquesa da "geração nao-pensante" ja discutida anteriormente? Ou mesmo ambas?

terça-feira, 14 de abril de 2009

domingo, 12 de abril de 2009

Here we Bo!


Bo, o cão de água português da família Obama, já chegou à Casa Branca.

Finalmente alguém que todos nós, jovens portugueses podemos admirar, alguém que está cada vez mais bem posicionado na vida e o merece. Um português que se destaca e que tem dado que falar em todo o mundo. Um politico de quatro patas que chegou mais longe que qualquer outro em Portugal. Agora fora de piadas já elaboradas e ouvidas em todo o sitio, desde o café da esquina de nossa casa até ao último taxi em que andamos, Bo é na verdade estranhamente respeitado na imprensa, levado tão a sério como Hillary Clinton ou o presidente francês Nicolas Sarkozy, certamente os “jornalistas” não devem ainda ter compreendido que estão a falar de um cão.

“Uma fonte que estava presente na altura disse que o animal (Bo) encantou a família Obama: sentou-se quando as crianças se sentaram; levantou-se quando estas se levantaram. Mais. Não cometeu erros "higiénicos" e não arranhou a mobília.”

Algures no mundo neste preciso momento estão uma mãe, uns professores de comunicação social e um jornalista muito orgulhosos por este excerto de uma peça jornalística que pode ser lida no site do Público.

A verdade é que o jornalismo não poderá ficar indiferente a este assunto, não deve aliás ficar indiferente a qualquer assunto oficial da Casa Branca, mas não tem certamente de o exibir na primeira página só porque a notícia vem da terra do Tio Sam, muito pelo contrario. Mas este assunto tem sido abordado por milhares de jornalistas em todo o mundo, todos falam com o maior respeito do novo português em território americano e não se percebe porquê. O presidente Obama não vai ficar chateado se falarem mal do cão dele, se nem o mencionarem no noticiário das 8. Até podem insultar o raio do cão que ele pouco vai querer saber. O que se passa com o jornalismo? Será que alguém poderá ver esta notícia como algo crucial?

Não haverá pelo menos 534 678 notícias mais interessantes e mais merecedoras de um enorme espaço no site oficial do público que esta? Se não há, não deveria haver?

MBM

sábado, 11 de abril de 2009

Não será pouco...

O jornal Público notícia hoje, que um pai que violou as duas filhas durante uma década foi condenado a 22 anos de prisão.
Lendo esta noticia, para além do óbvio nojo que qualquer um sente, sinto também uma necessidade de pensar se 22 anos de prisão não será pouco, para alguém que violou as duas filhas 3600 vezes ( segundo o jornal ), durante uma década, sem sentir qualquer remorso por isso, absolutamente indiferente ás dores das crianças, que para agravar a situação eram suas filhas. Penso também como é possível que a mãe das crianças não seja julgada por cumplicidade nos crimes cometidos pelo marido, apesar de ter admitido ter surpreendido o marido a violar a filha mais velha ("uma única vez" segundo a própria) e nada ter feito.

Este é um daqueles casos que nos faz pensar se o limite máximo de numero de anos de prisão não deveria ser revisto. Na minha opinião, deve ser aumentado. Sou contra a pena de morte, acho que a hipótese de erro irremediável não é compatível com o Estado de Direito, entendo também que a passagem de 25 anos de pena máxima para prisão perpetua é demasiado brusca, assim parece-me que uma mudança de 25 para 40 anos seria uma mudança (apesar do aumento de custos que isto implicaria para o Estado) justa, e que permitiria punir de forma mais adequada certo tipo de crimes.

No entanto, este caso refere-se a um tipo especial de crime, considerado especialmente hediondo pela sociedade : o crime sexual. Uma solução adoptada já por vários países para este tipo de crimes é a castração química do violador, solução que me parece tornar qualquer violador inofensivo para a sociedade, e que por isso é uma solução que devia ser estudada para estes casos.

Estas reformas no Código Penal seriam também importantes para acabar com o sentimento de impunidade que se vive na nossa sociedade, acabar com o "é condenado a 10 anos (só 10 anos) e vai cumprir no máximo 5", mas principalmente seria importante para criar uma sociedade mais justa e mais segura.

Existir

Somos jovens. Todos já foram jovens, todos cresceram, muitos morreram, e todos iremos morrer. Até agora é matemática. Aquilo que devemos fazer enquanto pudemos, enquanto respiramos, é um assunto extremamente delicado e muito menos prático. A vida não “são dois dias”! A esperança média de vida deve rondar os 80 anos no nosso caso e portanto não há desculpas para não passarmos todos os momentos que conseguirmos a existir. Existir não é somente respirar, comer, dormir, existir hoje em dia é muito mais pensar, ser, estar. Os problemas com que nos deparamos na actualidade não são os mesmos que eram, são problemas actuais que parecem por vezes nem exigir a mínima atenção dos jovens.

Desengane-se quem achar que os jovens não devem ter um papel fundamental na nossa sociedade, desengane-se quem achar que a maior parte dos jovens querem esse papel.
Todos pensam que nos conhecem, a nós, aos jovens. Marcas, carros, gajas, álcool, festas e outras futilidades que não valem a pena serem escritas. Esta não é a nossa essência, nem é um terço daquilo que nos ocupa a cabeça, todos pensamos, nem que seja egoistamente em nós próprios, todos temos ambições e certamente, já tão novos, todos temos desilusões, desgostos e tristezas. Não é fácil criar valores nesta sociedade, não é fácil crescer neste meio contudo temos de acreditar em cada um de nós, e em nós todos.

Uns sabem-no, uns ignoram-no, por enquanto, uns esquecem-no, uns perdem-no, mas eventualmente todos temos de perceber que há poucas coisas na vida que fazem sentido e ainda menos são aquelas que tem verdadeiro valor, mas uma das mais importantes é, sem qualquer dúvida, fazer do sítio onde estamos, um lugar melhor e fazer tudo para que as pessoas que nos rodeiam possam ser felizes e ter as mesmas hipóteses que nós. Compaixão, é uma palavra que pode demorar a compreender e, sinceramente nem gosto da palavra em si, mas a compaixão é uma das principais razões para a existência da raça humana, para a existência de todos nós. Puderemos ser acusados de muita coisa, e somos jovens, vamos errar, mas enquanto a falta de compaixão não for uma delas, estamos no bom caminho.

Bem Vindos ao Blog.

MBM

"Vencidos da vida"

Em primeiro lugar devo agradecer a chance que me foi dada de participar num blog que eu espero sinceramente que possa mudar a opinião de muita gente em relação a variados temas , um dos quais e para mim o principal o de provar que a minha geração não é totalmente constituída por idiotas.Numa maneira de pensar semelhante à do The Economist eu acredito que se em cada 10 visitantes 1 nos continuar a acompanhar e a debater conosco , a criação deste blog já valeu a pena e se o blog se revelar um fracasso pelo menos nós os 5 podemos afirmar que tentámos fazer algo de verdadeiramente útil e interessante.

Penso que a minha contribuição para o blog vai ser positiva na medida em que cada um de nós (os autores do Blog) tem qualidades diferentes , Pedro Costa com a sua alargada cultura geral , The Economist com a sua análise e consequente comentário por vezes frio , mas normalmente certeiro , Francisco com a sua veia crítica e opiniões por vezes fora do comum mas que nos fazem pensar , Martinho com um sentido humano , uma preocupação pelo outro e dedicação muito acima da média e eu que penso poder afirmar que me destaco pela opinião mais humilde e sendo dos mais jovens um dos que tem mais vontade de aprender.

Desejo as boas vindas aos leitores e por favor não deixem este projecto morrer.

Pensamento ou falta dele....

Ao contrário do nosso amigo Economist, desde logo me senti interessado pelo convite para entrar neste blog, já que, este interesse tinha sido anteriormente despertado por um blog semelhante (Causa Nossa) do qual tive conhecimento. Assim sendo, assim que recebi o convite, aceitei com entusiasmo.

Em relação ao tema que invariavelmente emergiu em discussão, (como seria de esperar, visto que é mesmo esse o propósito deste blog), tenho também alguns comentários a tecer.

Para melhor vos mostrar o meu ponto de vista, quero-vos recordar de uma entrevista publicada em duas revistas nacionais à três semanas atrás (salvo erro), entrevistas de capa que se apresentavam como a viagem ao mundo do consumo de drogas entre os adolescentes.
Esta entrevista mostrava-nos adolescentes que, em alguns casos, consumiam e traficavam drogas desde os 11 anos. Não somente haxixe mas também todo outro tipo de drogas, consumindo quase todas as drogas conhecidas pela maioria das pessoas. Não podendo ser este exemplo minoritário representativo de toda a nossa faixa etária, e sabendo que tão pouco todos os adolescentes vivem como os exemplos mostrados nesta entrevista, podemos no entanto concluir que cada vez mais os jovens vivem na ânsia de uma vida alterada, sem preocupações, sem necessidade de pensar. Percebemos que estamos perante uma geração, que na sua maioria, desistiu de pensar, de querer saber, perdeu a curiosidade inerente a condição humana, excepto para a fofoquice e a diversão. Não digo de todo que estes não fazem parte da humanidade de cada um de nós, no entanto parece-me que chegamos a um ponto onde a nossa geração prefere a conversa de porteira a produção e discussão do saber, a palavra fácil e conhecimento gratuito em vez da aprendizagem pela jornada e pela conquista, a ignorância e estupidez no lugar da cultura e do conhecimento, a consciência alterada duma vida a substituir o realismo que nos permite tanto sofrer dolorosamente nos piores momentos como apreciar os momentos de felicidade com êxtase sem igual.

No entanto nós, e modéstia à parte, diferenciamo-nos por gostarmos de pensar, de discutir de duvidar e "de produzir cultura" como dizemos. Duvido que mentes ainda tão jovens consigam deixar uma marca desde já entre a sociedade, porém, se como disse The Economist conseguirmos pelo menos deixar os nossos amigos e colegas a pensar um bocadinho, já terá valido a pena.
Espero sinceramente que este não seja mais um dos nossos projectos falhados, de "vencidos da vida" que ainda podem deixar do ser, e com esse objectivo darei o meu contributo para manter este lugar de pensamento sempre tumultuoso, pois tumulto quer dizer discórdia, e a discórdia só existe enquanto pensamentos diferentes permanecem, e estes só permanecem enquanto alguém, como nós os PENSAR.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

O nosso Mundo


Quando o Pedro Costa me convidou para participar neste blog, ideia que o próprio propaga há meses, fiquei reticente, achava que um blog não muda a opinião geral, ninguém o lê e que devem existir tantos por aí, iguais, que acabrão todos por cair no esquecimento.

Não mudei de opinião, simplesmente acho que se pelo menos se os meus amigos o lerem, já valerá a pena. Daí não me identificar, mas irei deixar pistas suficientes para que qualquer um que me conheça, me reconhecer ao fim de 5 segundos.

Este blog como já foi dito na "Nota de Boas Vindas" vem da intenção de comentar o nosso Mundo geracional, a geração mais-que-rasca, a genaration-x, ou geração-rebelde como lhe chama a estação do Moniz. É assim: a faixa etária onde me insiro, mas na qual não me revejo.

É claro que isto tudo pareceria as crónicas de um adolescente não integrado, que observa os outros como animais estranhos e incompreensíveis tendo medo do mais simples convívio.

Mas não, lido melhor que ninguém com as pessoas, movo-me em qualquer meio social, adaptando-me aos temas de conversa, modos de pensar, vendo os outros sempre como um interessante objecto de estudo, peças-tipo às quais me é permitido adivinhar os próximos passos e divertindo-me em jogos de oferta e procura como no mercado que é as nossas vidas.

Escreverei dizendo o que penso sobre todo o ser humano que me rodeia, dissecando-o ao mais uniforme pedaço pensante, movido apenas pelo desejo de satisfazer as suas necessidades (seja dinheiro, obtenção de popularidade etc) e que actua de acordo com as tendências, ou contra elas, não passando tudo de um jogo de bluff e honestidade em que o importante é ter lucro.

Vai ser duro quando direi que a tua namorada só te chupa a pilinha porque não quer estar sozinha, ou porque têm de mostrar ao mercado que a sua vagina é um activo de extrema procura que não fica sem comprador por um segundo, ou só vai contigo ao cinema para falsear o seu balanço, dizendo que vale mais do que é às amigas e ao mundo, na pura tentativa de eu reparar nela e achar que é um investimento com capacidade de grande retorno.

Depois até poderei falar daqueles que vivem a tentar enganar os cobradores dizendo que têm muito mais do que existe na realidade, sempre a tentar manter-se à tona de água e ir sobrevivendo, numa bolha tão grande e redonda que um dia explode e depois nêm um dólar valerão.

É assim, na vida social como na vida económica, todos agimos de igual maneira: com a esperança de satisfazermos necessidades, tentamos sempre ser melhores que os outros, mas no fundo, agimos sempre de maneira básica.


The Economist.

Bem vindos

O blog A idade de pensar, surge em total contraponto com o "pensar" das pessoas da nossa idade. Numa geração em que pouco se pensa ( e muito menos se pensa no que interessa) este blog tem como objectivo transmitir opiniões e criar debates sobre os mais diversos temas.
Muitas vezes ja ouvimos dizer que "hoje os miudos nao aprendem português", ou "hoje os miudos nao aprendemmatemática", isto pode também ser verdade, e sendo é indiscutivelmente grave, mas, mais grave que isso é a nossa geração (acima citada como "os miudos") nao ter aprendido a pensar, e portanto pensa pouco e mal ( e quando pensam, nunca é sobre nada mais intelectaualmente cativante que os morangos com açucar, ou uma outra qualquer telenovela). Digo que isto me parece mais grave porque, a nossa geração terá que ser o futuro do nosso país, não há volta a dar, é um questão biologica, e o que será de um país em que a população nao aprendeu a pensar ? Não pode ser, certamente, uma prodigiosa nação.
Como grupo de jovens preocupados ( e que, graças á falta de obrigações, caracteristica da nossa idade, tem tempo para qui escrever ) queremos debater as nossas opiniões, e usaremos este Blog como via para que tal aconteça, logo o que podem esperar de nós é simples: opiniões descomprometidas, gosto pelo debate e a irreverência que a nossa idade nos permite.

Resta-me apenas escrever, que o debate exige que os leitores comentem os posts, e que qualquer comentario sério será publicado e respondido, por um dos membro do blog.

Sem mais nada para dizer, despeço-me desejando as boas vindas a todos