Este artigo estava, a principio, dedicado ao tema da Educação, referido (e muito bem) neste Blog pelo Francisco, mas há uma noticia no dia de hoje que não me permite escrever sobre este tema. A noticia a que me refiro é a noticia que dá conta de um levantamento exaustivo, das escrituras celebradas pelo Primeiro-ministro e pela sua família mais próxima, feito pela Ordem dos Notários.
Primeiramente, pergunto-me em que medida a Ordem dos Notários procura atingir os seus fins através deste "trabalho"
Defende os interesses dos notários ? Não me parece!
Angaria fundos ? (sinceramente) Espero que não!
O motivo dado, oficialmente, pela Ordem é notável: limitaram-se a aceder a um pedido de um jornalista, decidiram colaborar...
O interesse da informação também me parece discutível. Parece-me que todos concordamos que as noticias de jornal, principalmente quando violam a privacidade de alguém, têm que ter um interesse social.
Em que medida as comprar de imóveis de José Socrates e a sua família interessa á sociedade ? Pouco, a "cusquice" sobre os políticos é conversa de café, que não me parece cumprir o critério do interesse publico...
Ou queria informações para passar ao ministério publico? Apesar de ser um nobre objectivo, não me parece que seja a função do jornalista (e não me parece que tenha encomendado o "serviço" por isto, tenho até quase a certeza)
Portanto, estamos perante um caso de invasão da privacidade por parte do jornalista que encomendou o "estudo" a esse órgão isento que é a Ordem do Notários. Quanto á Ordem dos Notários parece-me, que além de destruir a sua imagem de isenção, devassa (sem motivo) a vida privada do Primeiro-ministro. Apesar de falarmos de documentos públicos uma busca exaustiva como esta parece-me quase perseguição (a um homem que até prova em contrario é inocente de qualquer crime)
Termino, dirigindo-me a todos aqueles que passam os dias com a conversa de que vivemos num país onde nada acontece aos banqueiros, aos dirigentes de futebol e aos políticos, perguntando a estes: parece-vos que acontecerá alguma coisa aos notários ou aos jornalistas ?
Se calhar tudo isto são suposições idiotas, e todo este "esforço" comum a jornalistas e notários tem um motivo lógico e moral...
segunda-feira, 20 de abril de 2009
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Já acontece alguma coisa aos notários e aos jornalistas, vivem num T2 e tão a apga os seus carros num prazo de 15 anos, ao contrario dos bancarios e principalmente dos politicos.
ResponderEliminarÉ verdade Martinho, mas nem todos os políticos andam ai a semear dinheiro...(Em relação aos bancarios...pronto...)
ResponderEliminarNo entanto existem limites, têm que existir limites...Uma coisa é um jornalista competente que consegue "furos" que mais ninguem consegue, outra bem diferente é um que viola os direitos de outro ser humano para conseguir a sua noticia (como me parece que e o caso)...Esses são escória que se alguma vez em poder seriam piores que alguns ditadores da História, pois o principio em que se baseiam é o mesmo, a violação de direitos para beneficio próprio (o salário ao fim do mês) e não do publico (aposto que ainda há vários problemas no médio oriente, já não vendem,mas existem...).
Pessoalmente, estas histórias cada vez se repetem mais e me enojam mais, julgo que deveriam ser aprovadas medidas legislativas mais fortes em relação ao poder dos media,nao estou a falar de censura claro, mas por algum motivo se chamam o 4º poder...que não deveria existir.
O facto de não ganharem como gostariam, não lhes dá o direito de perseguirem o Primeiro-ministro e a sua família, ou quem quer que seja...
ResponderEliminarFrancisco, a questão não é o que fariam se fossem poder (político), mas o que fazem enquanto 4º poder ( quase prefiro o 4º poder da América latina: o exército )...
ResponderEliminarA legislação não tem que ser revista quanto aos media, visto que a legislação já prevê a existência de interesse publico para que uma noticia possa violar a privacidade, tem apenas que ser aplicada pelos tribunais.
O que devia ser revisto é a publicidade das escrituras celebradas por quem quer que seja. As escrituras deveriam ser privadas e existir a possibilidade de consultada por quem tivesse um interesse jurídico relevante ( declarado pelo tribunal).
Sim, se já o fazem enquanto quarto poder (nao institucional), pudera se como poder institucionalizado...
ResponderEliminarNo entanto concordo quando dizes, que a execução das leis é que é a solução (visto que não é só neste caso que estas não são respeitadas).
PS: Não sei se o exercito é melhor mas...