Em relação ao tema que invariavelmente emergiu em discussão, (como seria de esperar, visto que é mesmo esse o propósito deste blog), tenho também alguns comentários a tecer.
Para melhor vos mostrar o meu ponto de vista, quero-vos recordar de uma entrevista publicada em duas revistas nacionais à três semanas atrás (salvo erro), entrevistas de capa que se apresentavam como a viagem ao mundo do consumo de drogas entre os adolescentes.
Esta entrevista mostrava-nos adolescentes que, em alguns casos, consumiam e traficavam drogas desde os 11 anos. Não somente haxixe mas também todo outro tipo de drogas, consumindo quase todas as drogas conhecidas pela maioria das pessoas. Não podendo ser este exemplo minoritário representativo de toda a nossa faixa etária, e sabendo que tão pouco todos os adolescentes vivem como os exemplos mostrados nesta entrevista, podemos no entanto concluir que cada vez mais os jovens vivem na ânsia de uma vida alterada, sem preocupações, sem necessidade de pensar. Percebemos que estamos perante uma geração, que na sua maioria, desistiu de pensar, de querer saber, perdeu a curiosidade inerente a condição humana, excepto para a fofoquice e a diversão. Não digo de todo que estes não fazem parte da humanidade de cada um de nós, no entanto parece-me que chegamos a um ponto onde a nossa geração prefere a conversa de porteira a produção e discussão do saber, a palavra fácil e conhecimento gratuito em vez da aprendizagem pela jornada e pela conquista, a ignorância e estupidez no lugar da cultura e do conhecimento, a consciência alterada duma vida a substituir o realismo que nos permite tanto sofrer dolorosamente nos piores momentos como apreciar os momentos de felicidade com êxtase sem igual.
No entanto nós, e modéstia à parte, diferenciamo-nos por gostarmos de pensar, de discutir de duvidar e "de produzir cultura" como dizemos. Duvido que mentes ainda tão jovens consigam deixar uma marca desde já entre a sociedade, porém, se como disse The Economist conseguirmos pelo menos deixar os nossos amigos e colegas a pensar um bocadinho, já terá valido a pena.
Espero sinceramente que este não seja mais um dos nossos projectos falhados, de "vencidos da vida" que ainda podem deixar do ser, e com esse objectivo darei o meu contributo para manter este lugar de pensamento sempre tumultuoso, pois tumulto quer dizer discórdia, e a discórdia só existe enquanto pensamentos diferentes permanecem, e estes só permanecem enquanto alguém, como nós os PENSAR.
Grande primeira participação...
ResponderEliminarA verdade é que a Droga afecta muitos jovens da nossa geração, e é um dos motivos que nos torna "a geração mais-que-rasca" de que fala The Economist...
Sê tu, também, bem vindo a administração deste Blog
É verdade francisco, a nossa geração tem o culto do rasca, mas ainda bem. Assim seremos menos a competir na selva que é o Mundo real.
ResponderEliminarQue se lixe quem desiste, eles não lutam por mim, eu também não lutarei por eles.
Capitalismo no seu apogeu, eu eu e eu, ah...e ainda eu nao e vdd economist? Pior e q eu concordo contigo, cada um luta por si e pelos q acha q teem uma boa hipotese de dar retorno ao seu investimento, e assim a vida social, nos nao podemos mudar o mundo...
ResponderEliminarE tens toda a razao em pensar assim,quantos menos capazes de competir cmg,melhor hipoteses terei eu...Embora reinar na ignorancia tambem nao seja particularmente divertido, ou mesmo moral...
Bgd pelas demonstrações de aprovaçao,ainda bem q gostaram...
É verdade que todos cuspismos no capitalismo, ou como eu lhe gosto de chamar, meritocracia. Quer dizer, eu não..
ResponderEliminarMas todos os capazes o defendemos porque esse é que é o sistema justo.
Nós só pedimos tratamento igual ao outro quando sabemos que somos piores.
Em relação a reinar na ignorância não ter graça, é verdade, mas sempre é reinar :D
A vida nao esta para os fracos, quem luta ganha, quem dorme perde...é a meritocracia a funcionar.
ResponderEliminarQuem reinar na nossa geração, reinará na ignorancia, é verdade. Como me parece é obvio a ignorancia é inimiga da democracia.
Eu acredito na meritocracia, mas numa sociedade com tão pouco merito pode ser muito perigosa. Infelizmente a alternativa é a uniformização com a qual nao posso concordar...
Temos de acreditar mais nos outros. Não temos todos necessariamente de ler Kafka, ou de ouvir música clássica. Não pudemos negar que em cada um há certamente algo que seja positivo, algo com que pudemos aprender. Só reinará no meio de ignorantes um ignorante que não sabe atribuir a qualquer pessoa o seu verdadeiro valor.
ResponderEliminarNão acham?
Dai a necessidade de informaçao, de debate, de estimulo de pensamento, que sera o q nos tentaremos incentivar a acontecer aqui...
ResponderEliminarDe qualquer das formas já ganhamos. Se por acaso gerarmos tal tumulto que consigamos ajudar uma sociedade inteira,entao esta dever-nos-à a sua graditão, caso contrário reinaremos na ignorância, que como diz o economist, sempre e reinar...
PS: Ou entao isto e mera parvoice de ja ser tarde e o sono começar a toldarme o pensamento, mas sinceramente espero que consigamos mudar alguma coisa...nem que seja so uma pessoa...
Só com o que já debatemos entre nós aqui, já é uma vitoria.
ResponderEliminarNós faremos por ser os melhores (aquilo a que voces chamam reinar), mas é nossa obrigação moral, tentar ,dentro do possivel, elevar a qualidade media da sociedade. Este blog é o nosso contributo a um geração que (pela sua super mediocridade) nem isto merece da nossa parte...
Martinho, daí a escolha do nome do nome... A inteligencia nao se mede por saber de kafka ou musica classica, mas sim pela capacidade de pensar, de se preocupar, de debater, de gerar cultura no fundo. O objectivo deste blog não é "comer" cultura, mas sim cria-la, tentar elevar o nivel da geração que caminha para a desgraça.
ResponderEliminarE tu, tal como o Antonio, serão os optimistas, que irão tentar que seja possivel acreditar que esta geração aínda tem salvação, que nao é so um grupo com as cabeças cheias de ar e brincos nas orelhas...
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarMartinho, em cada um, sem duvida ha algo que tu podes aprender, nem que seja q existem fronteiras novas para a ignorancia e para a mediocridade que se julgavam inalcansaveis, apesar disso, o Pedro tem razao quando diz, ignorantos nao sao aqueles que nao sabem (seja por que motivo for), sao aqueles que nao pensam,nao se sentem curiosos,nao duvidam, nao questionam, nao discutem...Em suma, auilo que vemos hoje nos nossos jovens, apatia pelo conhecimento e pelo "esforço" de pensar.
ResponderEliminarPS: Que mal tem brincos nas orelhas ahn?lol