
Quando o Pedro Costa me convidou para participar neste blog, ideia que o próprio propaga há meses, fiquei reticente, achava que um blog não muda a opinião geral, ninguém o lê e que devem existir tantos por aí, iguais, que acabrão todos por cair no esquecimento.
Não mudei de opinião, simplesmente acho que se pelo menos se os meus amigos o lerem, já valerá a pena. Daí não me identificar, mas irei deixar pistas suficientes para que qualquer um que me conheça, me reconhecer ao fim de 5 segundos.
Este blog como já foi dito na "Nota de Boas Vindas" vem da intenção de comentar o nosso Mundo geracional, a geração mais-que-rasca, a genaration-x, ou geração-rebelde como lhe chama a estação do Moniz. É assim: a faixa etária onde me insiro, mas na qual não me revejo.
É claro que isto tudo pareceria as crónicas de um adolescente não integrado, que observa os outros como animais estranhos e incompreensíveis tendo medo do mais simples convívio.
Mas não, lido melhor que ninguém com as pessoas, movo-me em qualquer meio social, adaptando-me aos temas de conversa, modos de pensar, vendo os outros sempre como um interessante objecto de estudo, peças-tipo às quais me é permitido adivinhar os próximos passos e divertindo-me em jogos de oferta e procura como no mercado que é as nossas vidas.
Escreverei dizendo o que penso sobre todo o ser humano que me rodeia, dissecando-o ao mais uniforme pedaço pensante, movido apenas pelo desejo de satisfazer as suas necessidades (seja dinheiro, obtenção de popularidade etc) e que actua de acordo com as tendências, ou contra elas, não passando tudo de um jogo de bluff e honestidade em que o importante é ter lucro.
Vai ser duro quando direi que a tua namorada só te chupa a pilinha porque não quer estar sozinha, ou porque têm de mostrar ao mercado que a sua vagina é um activo de extrema procura que não fica sem comprador por um segundo, ou só vai contigo ao cinema para falsear o seu balanço, dizendo que vale mais do que é às amigas e ao mundo, na pura tentativa de eu reparar nela e achar que é um investimento com capacidade de grande retorno.
Depois até poderei falar daqueles que vivem a tentar enganar os cobradores dizendo que têm muito mais do que existe na realidade, sempre a tentar manter-se à tona de água e ir sobrevivendo, numa bolha tão grande e redonda que um dia explode e depois nêm um dólar valerão.
É assim, na vida social como na vida económica, todos agimos de igual maneira: com a esperança de satisfazermos necessidades, tentamos sempre ser melhores que os outros, mas no fundo, agimos sempre de maneira básica.
The Economist.
É verdade, somos um grupo que nao se identifica com a sua geração. No entanto, damo-nos com qualquer um, criando assim temas de conversa entre nós.
ResponderEliminarComo disse ao nosso autor misterio (para quem nao o conhece), somos vencidos da vida, como foram Eça ou o Ramalho. Não por sermos piores que a sociedade, mas por sermos melhores. Seremos sempre um grupo vencido pela vida ( fora dela ), pois os nosso interesses não são os do mundo em que vivemos.
Com menos agressividade que o meu (céptico) amigo, volto a desejar-vos as boas vindas ao nosso mundo de debate