E tudo falha - e todos falham - porque o solo português, o solo moral e solo físico, não permite que nada de nobre ou elevado triunfe. É esta a nossa lusitana mentalidade.
Esta tão comum ideia de que nós portugueses seremos sempre os piores, os últimos, é de facto o nosso pior inimigo. Temos o prazer de escarnecer de nós próprios com os “nomes mais ridículos e com o desdém mais burlesco” citando Eça. Perdemo-nos. Resta-nos apenas morrer rindo dolorosamente de nós próprios. Mas será que este fatalismo é tão forte que nos obriga a desistir, e que corta qualquer acção em prol da nossa prosperidade? Será que este fatalismo é inultrapassável?
Ninguém está condenado à partida a não ser que assim o pense, e é importante que não o esqueçamos. Temos de nos insurgir perante esta doente apatia portuguesa. Não precisamos de nos limitar a copiar o que vemos lá fora. Também somos férteis em ideias. Também nós portugueses podemos ser exemplo para outros.
Não devemos deixar que as nossas acções se contagiem por esta inércia devastadora. Substituamos a fatalidade por esperança, a troça de nós próprios por orgulho e a inércia por iniciativa. Só assim deixaremos de ser “ uma jangada de pedra no Atlântico plantada ” e passaremos a ser “ um transatlântico fugaz e dinâmico”.
Todos somos culpados do estado ao qual chegámos, e é de nós que tem de partir a solução. Chega de atribuir culpas aos outros. Comecemos à procura duma solução.
Somos como terra fértil à espera de ser regada, e a água somos nós.
E tudo falha? Só se nós assim quisermos.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
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Entrada em grande. Muito bem escrito.
ResponderEliminarConcordo com o texto, citando outro tipo de autor "quando os problemas aparecem voce esta desprevenido nao e? Errado, foi voce que perdeu o controle da situaçao"
Somos nos que, muitas vezes, nos impomos a nos mesmos os problemas, e mesmo que assim nao seja, quando nos deparamos com eles, devemos soluciona-los, nao esperar inertes, nem tao pouco culpabilizar avida e desesperadamente outros.
O principal objectivo deste blog é, precisamente, tentar mudar um pouco a mentalidade de quem ler este blog. Este blog, é para nós a parte da "água" que nós damos para pagar a divida que todos os cidadãos têm para com a sociedade.
ResponderEliminarVamos dar ouvidos ao Gil e tentar que este Blog (o nosso projecto) não falhe.
Parabéns, bem vindo
Grande texto Gil,
ResponderEliminarClaramente percebermos que algo tem de mudar é um enorme passo, algo muito importante. Tudo o resto que fizermos apartir disto será, se tudo correr bem e nos mantivermos esperançosos, História.
Martinho.
Parabéns Gil, há uma frase de J.F.Kennedy que vai ao âmago da questão: "Não perguntem o que pode o país fazer por nós, mas o que nós podemos fazer pelo país"
ResponderEliminargastei anos e anos sob o impeto revolucionário de construir um Portugal mais forte e melhor! Mas a experiencia obrigou-me a render-me às evidencias: não há nada a fazer, está entranhado em nós
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