terça-feira, 26 de maio de 2009

Felizmente há Manuela!


Manuela Moura Guedes com espaço de luxo na grelha de Eduardo Moniz.

Nestes últimos tempos a aspirante a cantora transformada em jornalista, Manuela Moura Guedes tem sido estranhamente julgada pela sua forma de jornalismo. Após o número suficiente de plásticas para a deixar sem qualquer expressão que se assimile a um ser humano, a mulher do Director da Estação televisiva TVI conseguiu a partir do seu trabalho, um enorme reconhecimento profissional ao lhe ter ser atribuído uma edição especial do jornal de sexta-feira à noite.

Desde sempre este telejornal tem dado que falar pois tem mais processos em tribunal do que telespectadores, que apesar de tudo, não tem sido poucos. Este programa fala de diversos temas importantes para a sociedade portuguesa e choca qualquer um com as suas estatísticas. É precisamente à sexta-feira à noite que qualquer pessoa pode ver este telejornal em directo e sentir-se mal por viver em Portugal, sentir-se envergonhado e deprimido com o pais por causa das reportagens que a TVI produz.

Muitos podem querer comparar o ridículo e degradante jornalismo de Manuela moura Guedes ao de Clara de Sousa, pivot na Sic, contudo esta última não partilha a mesma cama que patrão o que, apesar de muito, lhe limita bastante a estupidez. Manuela moura Guedes foi acusada de atacar constantemente o primeiro-ministro no seu telejornal, mas nesse assunto se calhar a pobre jornalista não terá culpa, é extremamente difícil manter o “Engenheiro” José Sócrates fora de escândalos.

A questão que aqui se põe é sobre o estado do jornalismo em Portugal, “Felizmente há Manuela” porque ela mal e porcamente expõe os escândalos do pais e tem coragem para fazer aquilo que muitos jornalistas não fazem por medo ou “Felizmente há Manuela” para que todos vejam o quão ridículo e degradante a peixeirada no jornalismo é, e o quão ela leva a rigorosamente nada a sem ser vergonha pública?

quarta-feira, 20 de maio de 2009

E Tudo Falha. Será?

E tudo falha - e todos falham - porque o solo português, o solo moral e solo físico, não permite que nada de nobre ou elevado triunfe. É esta a nossa lusitana mentalidade.


Esta tão comum ideia de que nós portugueses seremos sempre os piores, os últimos, é de facto o nosso pior inimigo. Temos o prazer de escarnecer de nós próprios com os “nomes mais ridículos e com o desdém mais burlesco” citando Eça. Perdemo-nos. Resta-nos apenas morrer rindo dolorosamente de nós próprios. Mas será que este fatalismo é tão forte que nos obriga a desistir, e que corta qualquer acção em prol da nossa prosperidade? Será que este fatalismo é inultrapassável?


Ninguém está condenado à partida a não ser que assim o pense, e é importante que não o esqueçamos. Temos de nos insurgir perante esta doente apatia portuguesa. Não precisamos de nos limitar a copiar o que vemos lá fora. Também somos férteis em ideias. Também nós portugueses podemos ser exemplo para outros.


Não devemos deixar que as nossas acções se contagiem por esta inércia devastadora. Substituamos a fatalidade por esperança, a troça de nós próprios por orgulho e a inércia por iniciativa. Só assim deixaremos de ser “ uma jangada de pedra no Atlântico plantada ” e passaremos a ser “ um transatlântico fugaz e dinâmico”.


Todos somos culpados do estado ao qual chegámos, e é de nós que tem de partir a solução. Chega de atribuir culpas aos outros. Comecemos à procura duma solução.
Somos como terra fértil à espera de ser regada, e a água somos nós.


E tudo falha? Só se nós assim quisermos.

Deixa andar...

As cidades, desde que assim se podem chamar, fomentam o crime. São locais de oportunidade, e como qualquer outra cidade, as portuguesas oferecem também este tipo de oportunidades.
A criminalidade nas cidades, visto serem grandes centros populacionais, já é um dado adquirido. O que me preocupa no entanto, não e o crime em si, é o facto das pessoas vitimadas não acreditarem ou reportarem nada às autoridades, e o facto, daqueles que assistem a tais coisas reagirem de forma tão pouco (ou nada) activa, quando, claro está, podem de facto fazer alguma coisa.

As razoes desta apatia (pelo menos as que encontro) preocupam-me. Percebo uma: o Medo. Medo de represálias, medo de confrontações, ou simples cobardia. No entanto o medo e uma simples emoção, uma emoção um tanto debilitante, mas que todos conseguimos, se quisermos, controlar (ou hoje ainda teríamos medo do escuro).

Não servindo esta razão de desculpa alguma, penso que o principal motivo desta ausência de acção, desta inércia e impassibilidade é o facto da garra do povo português, do seu espírito empreendedor que em tempos teve (ex: Descobrimentos), foi-se substituindo ao longo dos tempos por uma mentalidade que se designa como "deixa andar". Este sentimento, esta atitude, tem-se cada vez mais vindo a incrustar na sociedade portuguesa. Neste exemplo da criminalidade vemos bem isso, enquanto for o outro a ser assaltado, finjo que não vejo, se depois me vir assaltar a mim...Ai já penso que os outros me deviam ajudar... É o mesmo em todo o lado, toda a gente se queixa da crise, mas são "meia dúzia" aqueles que comparecem as manifestações. "Outros que resolvam os problemas", pensam os que ficam em casa a tirar folga.

O simples propósito de sociedade, o propósito pelo qual nos formámos tribos e posteriormente sociedades está-se a perder em cada pessoa: Ajudarmo-nos uns aos outros. É este o fundamento das colónias em animais, e deveria ser também o das nossas sociedades.

Não o é, e vejo que cada vez mais a sociedade se torna um simples conjuntos de seres que coexistem no mesmo espaço, se toleram, e se usam. Ao contrário de seres que interagem no mesmo espaço, se reconhecem e se ajudam.
Recorrendo a analogia bíblica em que se diz, que enquanto um galho fino e pequeno, sozinho e frágil, vários galhos juntos são robustos e fortes.

Esta mentalidade enfraquece-nos, e só temos a ganhar em unirmo-nos. Esta atitude tem que ser urgentemente alterada, por mim faço a minha parte, e simplesmente não entendo a inércia de alguns perante quer os desajustes sociais, que a falta de assistência de uns em relação aos outros, e principalmente em casos de criminalidade, em que podemos ser os próximos.

domingo, 17 de maio de 2009

Portugal - Um país pequeno e sem intervenção no Mundo?

Geograficamente, Portugal é um país pequeno, que não pode competir em termos económicos com os E.U.A. , a China ou a India. No entanto, temos de admitir que, graças ao papel que desempenhou no passado, é dotado de capacidades que muitos outros países, gostariam de ter.

-Lusofonia

Actualmente, Portugal tem uma característica, que apenas países com um passado colonial possuem: o facto de partilhar a mesma língua com várias nações com as quais teve um trajecto comum -Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Do ponto de vista territorial e populacional, o espaço da lusofonia, representado pela Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa, consiste num mercado com uma dimensão de cerca de 11.000.000km² e que abrange uma população superior a 235 milhões de habitantes.
Muitos destes países encontram-se numa fase de pós-guerra, em que muita da sua capacidade produtiva, na maior parte herdada da fase colonial (hospitais, escolas, tribunais,fábricas, explorações agro-pecuárias, aeroportos, etc..) foi destruída.
Portugal, ao partilhar a mesma língua e o conhecimento de realidades regionais, encontra-se numa posição priveligiada para se assumir como um parceiro importante na reconstrução e no desenvolvimento destes países. As consequências desta cooperação poderão traduzir-se em vantagens bilaterais: estímulo ao desenvolvimento do nosso país, através da abertura de novos mercados que servirão de escoamento das nossas exportações, e o aproveitamento dos nossos recursos humanos e técnicos para a edificação de infra-estruturas locais .
Deste modo, concluímos que Portugal tem a possibilidade de obter proveito e lucro ao investir nestes territórios. Porém, é necessário que assuma esse papel com alguma brevidade e com uma estratégia adequada, para que possa apresentar-se como uma alternativa vantajosa relativamente a outras potências.

-Aproveitamento da ZEE

Uma das condições geográficas favoráveis que Portugal tem, é a sua Zona Económica Exclusiva.
Ocupando uma área de 1.5 milhões de km², a ZEE de Portugal constitui uma fonte inesgotável para o sector das pescas e permitirá enventualmente a exploração de minérios e de energias fósseis como o petróleo e o gás. Esta área poderá ainda vir a ser aumentada para o dobro, como resultado da candidatura do país para expandir a sua plataforma continental. Como consequência desta aprovação, o país obterá o acréscimo da sua jurisdição sobre os fundos marinhos, quer animais, quer minerais, excluindo no entanto, os recursos relativos à coluna de água correspondente. Estudos apontam já, que se conseguir aproveitar a sua nova ZEE, poderá vir a ter uma variação positiva de 11% no PIB.
Portugal deve por isso estimular o estudo e esperar que a sua ZEE seja alargada, pelo facto de esta constituir uma oportunidade única para o seu desenvolvimento.


-Presença na União Europeia

A adesão de Portugal à União Europeia, em 1986, constituiu um dos marcos da sua história, pois permitiu a atribuição de fundos que foram responsáveis pelo grande desenvolvimento que se deu na década de 90.
Além de ter sido favorecido monetariamente, o nosso país integrou-se no mercado europeu, passou a possuir o euro como moeda e tem beneficiado de políticas comuns ao nível da agricultura, justiça, saúde, etc... Todos estes factos, contribuiram para que Portugal atingisse alguma estabilidade financeira, e possibilitaram o seu desenvolvimento, como já referi anteriormente. Permitiram ainda, ao país suportar as crises de uma forma menos negativa, como aquela que estamos a viver actualmente. Um dos papéis, que o nosso país poderá vir ainda desempenhar, será o de mediador das relações da União Europeia com o espaço da lusofonia. Deste modo, é através da União Europeia que Portugal, apesar de ser um país pequeno, faz parte de uma realidade mais alargada, com uma identidade politica, cultural e económica e em cujo desenvolvimento participa activamente.


A conclusão que se pode retirar, é que Portugal, apesar de ter um território de aproximadamente 90 000 km², tem todas as condições necessárias para se tornar num país próspero, desenvolvido e que proporcione uma boa qualidade de vida aos seus habitantes.

Adeus e Obrigado...

Hoje, dia 17 de Maio de 2009, Luís Figo anunciou que não voltará a jogar futebol ao mais alto nível a partir do fim desta época (talvez fora da Europa, segundo o jogador). Vivemos, portanto, um momento histórico para a nossa geração : o momento da retirada do ultimo dos jogadores da selecção nacional com que nos introduzimos ao futebol.

Falo da geração que venceu os dois mundiais de sub-20 (em Riade e em Lisboa ), falo de Luís Figo, Rui Costa, João Vieira Pinto, Paulo Sousa e Fernando Couto. Mas esta geração não se esgota aqui, quando falamos dela temos também que falar de outros como Costinha, Pauleta, Vítor Baía e Sá Pinto. Com esta geração vivemos a qualificação do Mundial de 1998 (choramos a expulsão de Rui Costa frente á Alemanha, neste ano), atingimos um 4 lugar no europeu de 2000 na Alemanha, acompanhamos uma fabulosa qualificação para o mundial de 2002 ( e uma, menos boa, prestação neste mesmo mundial) e com os mais novos deste grupo fomos até uma final de campeonato europeu no estádio da Luz em 2004.

Por isto e pela forma como divulgaram o nosso país, com uma classe que não é partilhada pela actual selecção nacional, tenho aqui, nesta data que marca o seu fim, deixar aqui um obrigado ao Luís Figo em especial, mas também a toda esta geração de futebolistas que levou Portugal mais alto.

Assim a todos eles: Adeus e Obrigado...

sábado, 16 de maio de 2009

Onde a ignorância chega...

Sempre me fez confusão quando alguem se virava para mim e me contava uma daquelas piadas que toda a gente conhece e acha muita graça contar aos outros sobre qualquer raça, até eu infeliz e ingenuamente cometi esse erro(mas ingenuamente como ja disse).
É de facto triste no minimo o preconceito, mas é ainda mais triste esse mesmo preconceito passar de geração em geração atravez de piadas que podiam ter bem mais graça se nao mostrassem tanto da nossa ignorância...é mesmo o unico adjectivo que eu encontro para descrever essa atitude, se e que eu lhe posso chamar isso, ignorância.

Nao faz sentido o racismo em si, as pessoas queixam-se das outras raças, humilham-nas, dizem que causam desordem ou que são roubados na rua mas Nós é que os roubamos durante meio milenio, mas isso ja ninguém viu, é como nos jogos do porto, nunca ninguem ve nada.
Consideras-te "civilizado" quando es tu que exploras? So que Nós exploramos duma forma "civilizada", posso dizer "com maneiras", eles tentam á sua maneira,a que Nós chamamos violência. Estás a espera que essas raças "nao civilizadas", porque Tu nao deixaste, se comportem como tu devias? Tu tens e nao fazes por isso, eles nao têm e fazem por isso, nao te parece contraditorio? Acorda pa, comporta te como deves, aproveita o que tens e ajuda quem nao deixaste ter.

Queres ser respeitado, tens que respeitar. Somos todos irmãos, Só muda a a cor da pele. Nao e seres branco que faz de ti melhor, nao consegues compreender? Somos iguais e se te faz confusao tenta ver a cor da pele como uma caracteristica psicologica dessa pessoa, valoriza e nao critiques porque se calhar eles têm mais razão para o fazer do que tu.
Quem quiser comente

sábado, 9 de maio de 2009

Problemas da nossa geração vol.1

Hoje achei por bem vir falar de um dos grandes problemas da nossa geração que é a meu ver a falta de humildade

A humildade é dos valores mais importantes que devemos ter , mas que grande parte não tem. Isto comprova-se com um exemplo muito simples , a necessidade de compararmos aspectos do nosso ser com os de outros normalmente para sobressairmos.

Eu penso que a falta de humildades pode ter vários motivos , sejam eles o facto de virmos de uma família ou zona problemática e nos tarmos a safar bem na vida (se bem que um passado difícil só nos devia tornar mais humildes) , seja o facto de virmos de uma família ou de um meio rico em que estamos habituados a desde pequeno ter mais que alguns do nossos amigos e mais do que a maioria das pessoas da nossa idade , ou até pelo facto (e este é grave) de vermos a humildade como uma fraqueza de carácter na medida em que pensamos que por fulano tal não querer ter isto ou aquilo , ou pelo menos dizer qu tem faz dele um tipo pouco ambicioso e "xoninhas" , podemos ainda ter a falta desta virtude por não termos um exemplo que a tenha , ou simplesmente porque gostamos de nos gabar e ser idiotas ; mas penso que talvez o maior motivo seja uma necessidade de afirmação social que lá no fundo todos acabamos por ter mas cada um faz as suas escolhas umas mais certas outras nem tanto...

Eu deparo-me todos os dias com esta falta de senso quando oiço comentários do género " ah eu comi não sei quantas gajas hoje , eu bebi 1000 litros de álcool hoje , eu passo 20 horas semanais no ginásio e tou todo dopado com MegaMass e tou a levantar 100kg com a pila , eu tenho um telefone do caralho que é a cores e tira cafés , etc.". Sinceramente eu não percebo como é que beber muito ou ter um ganda telefone ou beijar não sei quantas gajas (que nem sabemos o nome e secalhar lá pelo meio uma delas tinha pila) é motivo de orgulho , eu acho que não há nada de mal em gostar de ter coisas boas e acho que se temos possibilidades para tê-las tudo bem , mas sinto que a grande maioria das pessoas da minha idade e não só têm uma necessidade enorme de dizer que têm , de dizer que fazem e acontecem ; mas epá para esse género de gajos só tenho uma palavra: Parabéns! És um ganda campeão , quando for grande quero ser como tu.

Deixo aqui um apelo a quem ler isto para tentarem serem um bocado mais sério e para perceberam que só porque são todos xpto's isso não faz de voçês melhores pessoas do que alguém que não é como tu.

terça-feira, 5 de maio de 2009

O porquê de sermos assim.


Eis-me regressado de uma viagem de 4 dias por uma cidade a 2 horas de voo, mas a séculos de distância.

Enquanto estive fora, numa cidade completamente oposta aLisboa, em forma e em comportamento, fiz por reparar nas diferenças entre nós e eles, para tentar compreender o porquê de sermos assim.


As razões do presente estão no passado, pensei no facto e descobrique e as nossas se situam em três datas fatídicas, cujo seu efeito abalou o nosso destino para sempre: 1545 (Concílio de Trento); 1945 (Fim da II Guerra Mundial); 1975 (PREC).


A verdade é que vimos a perder o comboio do desenvolvimento desde o séc XVI, somos um país marcado por desgraças e por erros que nos mancharam o futuro.

Como disse tudo se iniciou naquela época de descobrimentos e de humanismo, ideias novas, renascimento, onde o protestantismo nascia pelo resto da Europa, liderado pelos países do Norte que se mostravam descontentes com os caminhos tomados pela Santa Sé. Nessa data fatídica de 1545 o Papa Paulo III, assustado com os rumos que a fé tomava decidiu convocar todos os cardeais do Mundo conhecido para instaurar uma espécie de Baillout, um plano para salvar uma empresa como Roma que se encaminhava a passos largos para a falência. E foi aí que a Europa se partiu em duas e nós infelizmente ficámos na pior metade.


Nascia assim a contra-reforma com todas as suas implicações, começavam os autos-de-fé, os julgamentos baseados na tortura e as confissões forçadas, tudo motivado por uma espécie de superioridade moral. Mas o que mais prejudicou Portugal nem foram essas demonstrações da barbárie humana mas sim o acto como todo o processo começava: pela simples denúncia não provada.


Isto incutiu a nossa pior qualidade no adn-social do país, o provincianismo levado ao extremo de Eça, a coscuvilhice das porteiras, os boatos actuais dos jovens.

(A falta de privacidade é hoje uma realidade, aliás algo com que nos habituámos a viver, não quero dizer que isto seja mau, simplesmente é, agora as suas implicações a nível económico e quanto ao nível de vida é que são desastrosas).


Depois veio a decadência nacional com a questão do ultimato, a vergonha de um país rebaixado perante o gigante inglês, mostrou muita da nossa génese e falta de garra. Nada disso viria a ser solucionado com Salazar, que indiscutivelmente, não teve um mau papel no pré e durante II Guerra Mundial, mas que não soube quando parar, deixando a oportunidade de 45' e a queda de muitos regimes autoritários, debaixo da hegemonia americana e da bandeira da liberdade, prendendo o país por mais 25 anos (+4 de Marcello) que em nada fizeram sentido.


Quando todo o Mundo girava em torno da III Revolução Industrial e percebia-mos que afinal o capitalismo era uma realidade e que 29' não tinha passado de um rebound (nada que nem de perto nem de longe apagasse aquele século e meio de Adam Smith.. aliás faz-me lembrar outra data) , Portugal perdeu mais uma vez a carruagem, (nem concretizando a sua primeira revolução quando o Mundo já navegava na terceira) e nos reduzimos à pior situação possível: viver a sós.


Pronto, lá veio aquela madrugada de 25 de Abril de 1974, Salgueiro Maia e a sua pandilha (sublinho que tenho a maior das considerações pelo capitão ao contrário do cabrão e assassino do Otelo), um dia lindo cheio de cravos no chão. Mas o pior estava para vir.




Este país é bipolar, tanto ama como odeia, tanto grita como se cala, e foi isso que aconteceu, voámos de um regime autoritário de direita para um domínio da esquerda marxista sob o comando de Moscovo vendo em nós e no seu menino bonito (o Álvaro) um país geograficamente estratégico para a continuação da carta de Varsóvia.

Aqui começou a festa: nacionalizações; manifestações dos padeiros, pedreiros, leiteiros, carteiros, cantoneiros, sapateiros, ferreiros e todos os eiros, ninguém trabalha, tudo caça capitalistas e fica a ideia de que tudo é de todos, (o Marx é que tinha razão e toda a riqueza não passa de sorte, roubo ou herança: de alguém que praticou as duas primeiras).

Veio a CEE, sem dúvida a nossa grande ajuda de hoje, mas pouco mudou, e em cada factor e relatório económico vimos sempre ajudados pelo carro-vassoura.


Agora já estou como o Presidente Mexicano, QUE MAIS NOS PODERIA ACONTECER?!




Ficou-nos a equação: tivemos a contra-reforma, tivemos uma monarquia cobarde que criou a relação mais estranha com as colónias (não as desenvolvendo, não fomentando o comércio não as explorando), uma ditadura de direita parva e sem sentido e um PREC nojento. Tudo isto foi igual a:


Provincianismo

Falta de respeito pelo factor trabalho

Enveja

Intervenção estatal na Economia

Proletarização da sociedade

Políticas fiscais injustas

Combate à riqueza



Agora, bem podemos chorar.











Nota:


Os portugueses têm de entender que só há uma solução na vida, o trabalho, o esforço, o valor acrescentado, a riqueza de cada indivíduo que nos levará a riqueza colectiva.

Tudo começa na produção, no que damos de nós a cada bem, passa pelo que recebemos dos outros mas também no que distribuímos ao bolo do estado (este irá ajudar quem mais precise).

Esse dinheiro que "nasce" e escorre pelas nossas mãos vai ser usado em bilhetes de teatro, livros, cinemas promovendo a cultura, mas também pagará os médicos que ajudarão os doentes, nunca deixaram um pobre sem emprego porque a sociedade de tudo produz e consome e aí os criminosos não terão necessidade de existir.

Esta é a fórmula da felicidade.


Ao contrário da esquerda radical, a riqueza não pode ser inventada, não se podem distribuir notas às pessoas como no Zimbabwe porque aí haverá inflação mas também não se tirará aos ricos como na URSS porque aí deixarão de haver ricos porque ninguém está para sustentar os outros.


Eu seria de esquerda se a actual esquerda fosse sinal de liberdade e justiça mas não é, a esquerda quer impor que os mais capazes sustentem os outros, quer impor que ninguém tenha a liberdade de ser rico porque existem pobres. Isto não é liberdade, é opressão e inveja de quem não consegue apanhar os outros e prefere ser como a mulher da história de Salomão (escolhe não ter filho porque a outra não terá).


O fascinante é que isto em Portugal prolifera e porquê? 1545, 1945 e 1975.


Apenas terminando, se eu pudesse um dia reportar-vos o video que tenho dentro da minha cabeça isso seria a conjugação de tudo o que penso sobre Portugal e o Mundo:


-Miami, 2005, a cidade está infestada de riqueza e numa esquina prega um homem com um cartaz às costas dizendo: A América é uma capitalista pecadora e cheia de luxúria! Neste momento passa um belo Hummer quando o Santo grita "Hey, Sinner!" De dentro daqueles vidros fumados apenas saí uma mão com um dedo no ar. A cidade permanece ao seu ritmo, o maluco ainda grita, mas ninguém lhe dará alguma vez ouvidos. Ele prossegue mais uma vez sozinho na sua razão.


Quatro anos passaram e este fim-de-semana voltei a ver "esse mesmo homem": desta vez estava no metro pregando a lenga-lenga de sempre, quando por ele passavam Árabes e as suas pulseiras de diamante, caminhando em harmonia com Judeus e as suas tranças, aliados a Indianos ou Russos com os seus Blackberrys. Também havia “sinners!” mas obviamente a cena repetiu-se: Londres permaneceu ao seu ritmo, o maluco ainda gritou, mas ninguém alguma vez lhe deu ouvidos.


Mas porque somos assim? Porque o "esse mesmo homem" emigrou para Portugal e hoje domina 12% do nosso eleitorado.

Estou aqui Martinho, sou eu: o capitalismo. E nunca te deixarei ficar mal.

Hoje Ben Bernake, presidente da FED e um dos 5 homens mais importantes na Economia Mundial, o qual não pode proferir uma palavra sem a máxima certeza, disse a todos os Americanos e ao Mundo que já tínhamos batido no fundo, a partir de agora só para cima.

Salvaguardemos apenas que o S&P 500, mais importante índice do Mundo já subiu em dois meses 27.59% e já se encontra positivo em 2009.
O Dow Jones 100 (Índice Industrial Americano) regista uma subida de 8% em duas semanas.

A verdade é que o capitalismo é uma verdade Universal (mesmo com alguma intervenção, que teve o seu papel fundamental) o mercado regenera-se sozinho e já vemos a máquina americana e o monstro chinês a levantarem a cabeça (note-se que ontem foi divulgado que a procura de aço industrial chinês aumentou para máximos de 9 meses).

Peço desculpa rouges, mas se calhar nunca vão ver o vosso desejo cumprido.

THE FED
Fed chief Bernanke sees economic rebound on tap
Jobless rate won't hit the 10% mark, he tells congressional panel

WASHINGTON (MarketWatch) -- Signs of life from the battered consumer and housing sectors raise hope that the severe recession may be bottoming out and that growth could turn positive later this year, Federal Reserve Board Chairman Ben Bernanke said Tuesday.
Businesses will likely need to restock shelves after letting their inventories fall sharply, Bernanke said in testimony on Capitol Hill.
For their part, consumers appear to have adjusted to the downturn and have begun shopping again, and the spring selling season for homes seems to be attracting buyers for the first time in three years, he said.
"We are hopeful that the very sharp decline we saw beginning last fall through early this year will moderate considerably in the near term and we will see positive growth by the end of the year," Bernanke told the Joint Economic Committee.
"The recent data ... suggest that the pace of contraction may be slowing, and they include some tentative signs that final demand, especially demand by households, may be stabilizing," he said. Read Bernanke's prepared remarks.
While stopping well-short of giving high fives to the members of Congress, Bernanke was more optimistic than he has been in some time. His remarks add to the sense that officials at the U.S. central bank now believe the Fed's unprecedented actions over the past year are sufficient to generate a recovery.
The Fed has slashed its interest-rate target effectively to zero and has taken over the job of pumping credit into the economy from the crippled banking and securitization markets. The Fed is also buying Treasury securities and mortgage debt.

'The recent data ... suggest that the pace of contraction may be slowing, and they include some tentative signs that final demand, especially demand by households, may be stabilizing.'

— Ben Bernanke

Many economists believe the Fed's policies may ultimately be inflationary, but Bernanke betrayed no hint of fear about rising prices, saying: "In this environment, we can anticipate that inflation will remain low."
One reason prices won't spike is that the prospective recovery is likely to be subpar and only gradually gain momentum, Bernanke said.
In addition, the nation's labor market will continue to be weak "in coming months," he said.
Another reason is that consumer expectations about prices have remained stable.
Economists believe the Fed will be slow to remove support for the economy. Interest rates are expected to stay in the range slightly above zero through the end of the year.
What could upset the apple cart
Bernanke's optimism came with important caveats, however.
While conditions in financial markets have improved and a gradual repair of the banking system is underway, any reversals on these two fronts would darken the economic outlook, he said.
"A relapse in financial conditions would be a significant drag on economic activity and could cause the incipient recovery to stall," he said.
The results of the government's "stress tests" for 19 major banks and financial institutions are expected to be released later this week.
White House spokesman Robert Gibbs said Monday that the Obama administration believes it won't have to ask Congress for more money for banks. Bernanke said he supported this conclusion.
Banks that can't tap private markets can convert some of the government's preferred shares into common equity, he said.

Influenza A H1N1

Para quem não sabe, o pânico espalha-se pelo mundo, devido ao Influenzavirus A (H1N1), também conhecido por Gripe Suína. O vírus teve origem simultaneamente no México e no Sul da América do Norte, sendo também chamada gripe mexicana, gripe sul-americana, e nova gripe, já que, como diz o porta-voz da OMS, Dick Thomson, "O vírus é cada vez mais humano e cada vez tem menos a ver com o animal" (também porque os comerciantes de porco carinhosamente pediram, mas essa parte não interessa).

Mas mesmo assim como explicar este pânico todo? Será o vírus assim tão alarmantemente perigoso?

Bem, para explicar o perigo deste vírus eu (infelizmente) tenho que dar uma breve noção cientifica sobre ele, para o caso de as pessoas não estarem na mesma área de estudos que eu.

Primeiro que tudo é importante definir que um vírus, ao contrário do que muitos pensam, não é um ser vivo, viaja ao sabor da corrente (sanguínea no caso deste), não tem metabolismo celular (que e o que define vida, e para o caso não interessa ser definido), basicamente é uma cápsula que contem ADN.

O que torna um vírus perigoso então, não é a capacidade do vírus matar (directamente) outras células. Os vírus pelo contrário estimulam alguns processos celulares.
Os vírus actuam da seguinte forma: Juntam-se a qualquer célula do nosso organismo (vírus específicos e tipos de células específicos, neste caso, células respiratórias), injectam o seu ADN na célula, e "obrigam-na" a fazer cópias deste vírus, gastando dos seus próprios recursos e acabado assim por morrer. Isto no nosso organismo significa que nós começamos a morrer...

É perigoso, mas nós temos dentro de nós um tipo de células brilhante, células do sistema imunitário (S.I.), por isso o vírus da SIDA ser tão perigoso, porque ataca estas mesmas células. Estas células reconhecem os vírus, através de indicadores diferentes que todos os vírus têm na sua cápsula, vamos imaginar que é pela sua forma, uns são cúbicos outros redondos e outros tetraédricos. Cada vez que um vírus ataca, e nós respondemos a este ataque, são enviados os "batedores" do S.I, que reconhecem o vírus, após reconhecido, o S.I. cria todo o tipo de células que literalmente engolem estes vírus e posteriormente se destroem (apoptose). Após um destes tipos ser seleccionado como o mais eficaz, e ter destruído o vírus ficamos com memoria deste vírus para sempre, e sempre que ele voltar, já tem uma resposta muito mais rápida do S.I. pois não é preciso descobrir quais as células do S.I. a mandar, já temos essa informação na nossa memoria.

Assim qual o problema desta gripe (sim porque este vírus não passa duma gripe)? Todos nós tivemos gripe na nossa vida, devíamos reconhecer e eliminar rapidamente o vírus. O problema é que o Influenzavirus sofre muitas mutações, o que significa que num ano temos uma estirpe de "tetraedros" noutro, uma de "cubos".
Assim a resposta do nosso sistema é muito mais lenta, e muitas vezes não chega a ser rápida o suficiente.

E as vacinas? Há vacinas para as outras gripes, porque não há para esta também? Ou mesmo um antibiótico?
Começando pelo fim, os antibióticos, como o nome indica, são anti bios, anti vida, matam seres vivos, têm um funcionamento diferente das vacinas e das células do S.I. que falei acima, assim, e como os vírus não são vivos, não funcionam.
Já as vacinas por outro lado funcionam, mas a da gripe humana comum não é eficaz, a da gripe suína usada em porcos não pode ser usada em humanos, e por alguns motivos que aqui mencionei, e ainda outros que seria dificílimo de explicar para leigos na matéria (não que eu seja um especialista, tenho apenas as bases necessárias para entender isto) as novas vacinas demoram tempo a ser criadas, e as mutações dos vírus são quase constantes. O objectivo destas é que quando usadas, permitam uma defesa rápida por parte do organismo e não só para uma estirpe do vírus mas para muitas.
Como disse, Karl Nicholson, da Universidade de Leicester, na Grã-Bretanha, "se o vírus evoluir para uma pandemia, a primeira onda vai chegar e irá embora antes que uma vacina tenha sido produzida."

Assim percebemos o porque de tanto alarme. Primeiro e um vírus tão contagioso como a gripe comum (entre humanos). Em segundo não se conhece ainda uma vacina. Embora existam antivirais que podem ser usados se a doença for descoberta a tempo. Os sintomas da doença são febre repentina, fadiga, dores pelo corpo, tosse, e esta nova estirpe que tanto nos preocupa (ou não), também causa diarreia e vómitos.

No entanto, esta gripe não é um monstro de sete cabeças, que gera duas quando uma é cortada. Tomando as precauções necessárias estamos todos sãos e salvos.
Assim vou-vos dizer como (não) se propaga a gripe, e como evita-lo. A contaminação dá-se de maneira igual a gripe comum (evitem dar beijinhos a pessoas com gripe). É só isto, a gripe não se propaga por carne de porco desde que cozinhada (a mais de 70ºC).

PS: Usei alguns eufemismos para explicar mais facilmente algumas coisas, desculpem-me se me excedi um bocadinho, desculpem também algum erro ortográfico.

domingo, 3 de maio de 2009

The Curious case of Conceição Lino


Nós por cá não vemos muita televisão e ultimamente temos escolhido particularmente não a ver às sete horas nos dias de semana na Sic isto porque a cadeia de televisão nacional decidiu oferecer, sem aviso, um programa a Conceição Lino.

No telejornal a peça jornalística “Nós por cá” era já pouco suportável, mas a verdade é que denunciava casos, alguns escandalosos que envergonhavam o pais e várias instituições. Uma vez por semana Conceição Lino mencionava casos que eram importante mencionar, com um tom estupidamente arrogante.

Face ao sucesso a Sic decidiu fazer “render o peixe” e passou de um segmento do telejornal de domingo com duração de 15 minutos para um programa diário de uma hora com Conceição Lino e mobiliário do ikea.

Acontece que eu adoro comer no Burger King e faço-o uma vez por semana, se tanto, se o fizesse todos os dias engordava, sujeitava-me a ter um ataque cardíaco, ficava com diabetes e provavelmente vomitava ao fim do terceiro dia, é precisamente o que vai acontecer a quem começar a ver esta dose absurda do programa “Nós por cá”. Acontece que Conceição Lina está a aprender da pior maneira que uma hora por dia não é assim tão fácil de preencher e as reportagens tem vindo a ser mais estúpidas de programa para programa.

Um dia ,desprevenido, apanhei este programa e como não via televisão estúpida há uma semana, porque a tvi esteve com problemas na minha televisão, decidi aproveitar o momento. Então o programa “Nós por cá” falava de uma estrada nacional que tinha várias estradas rurais que a intencionavam, sempre sem prioridade, onde estavam colocados sinais de “stop”. Eram cerca de 50 sinais de stop numa dimensão de 6 km, parece que cada custa à volta de 50 euros (o que perfaz um total gasto de 2500 euros). Provavelmente seria com estes números que o repórter tencionava chocar o espectador porque os restantes cinco minutos da reportagem eram entrevistas a pessoas que trabalham no campo com idade superior a 60 anos e que pouco ou nada tinham a dizer sobre o assunto.

Antes do fim da reportagem é entrevistado um instrutor de condução que indica que todos os sinais estão bem colocados e são necessários elogiando o trabalho da autarquia, ou seja, era absolutamente desnecessário esta reportagem pois nada se passava, Conceição Lino é alguém que criticará a autarquia por ter sinais a menos e por ter sinais a mais e até, quem diria, por ter o número de sinais obrigatórios pelo Código da estrada, só para conseguir preencher o seu programa de uma hora. O que vem a seguir? Uma reportagem sobre o tempo que o sinal vermelho dura na Avenida da república e o quanto isso prejudica as pessoas que estão a ir para o trabalho? (Eu calculei que a jornalista fosse adorar esta ideia, e qualquer outra que lhe ocupe tempo no programa, portanto fiz questão de a ir registar.)

O nosso país tem vários problemas e lacunas e é preciso tempo para resolvê-las, a pensão de invalidez da Tia Luísa vai chegar um dia, mesmo que seja uma espera escandalosa, irá ser resolvido e nós não estamos assim tão interessados em saber como se irá processar. O pais não aguenta a pressão Conceição Lino, o teu marido não faz um programa de uma hora diário sobre tu ressonares ou sobre o facto de cozinhares pessimamente, são erros que todos cometemos e que não expomos na televisão.

Conceição Lino, nós por cá temos José Sócrates e os Morangos com açúcar, portanto não precisamos de mais nada que envergonhe o pais, obrigado.

sábado, 2 de maio de 2009

Abril, a quanto obrigas...

No passado dia 25 de Abril, em absoluto jeito de provocação, foi inaugurado o Largo professor Oliveira Salazar em Santa Comba dão. Pelo que sei, este acontecimento deu-se sem incidentes. Os democratas portugueses, dão aos Salazaristas o direito de se expressarem, e até respeitam que uma câmara municipal preste homenagem a esse ditador que deteve o poder durante mais de três décadas. Hoje, mais uma vez um grupo de Salazaristas prestou homenagem ao ídolo em Lisboa, mais uma vez sem incidentes...

Todos, respeitam a liberdade de "culto" a Salazar, inclusivamente o PCP. É uma lição de democracia, do espírito de Abril, que ( a nós democratas ) nos enche de orgulho. Tem um encanto especial para quem lutou contra a ditadura ( ou no meu caso vem de , uma família resistente ao Estado Novo ) por saber que Salazar onde quer que esteja, estará muito mais ofendido que qualquer capitão de Abril com a homenagem que lhe foi prestada no dia em caiu o regime que ele fundou quarenta anos antes.

Quem ainda não aprendeu a viver em democracia foi o PCP ( o que aliás não é surpresa, nem é isso tão pouco que procuram ideologicamente ). Ontem militantes do PCP deram um espectáculo deprimente, ao agredirem Vital Moreira na marcha do 1º de Maio. Entre insultos, garrafas de água lançadas e efectivo contacto físico violento, os comunistas mostram o seu elevado espírito democrático e de respeito pelo próximo.

Carvalho da Silva, líder da CGTP (esse órgão tão isento), recusou-se a pedir desculpa a Vital Moreira, e só faltou dizer que estava a pedi-las. Mais um bando de pessoas que ainda não aprendeu o que quer dizer liberdade e democracia. Mas eu entendo Carvalho da Silva, a agressão é uma forma de exercício do protesto como outra qualquer.

Pergunto-me onde estaria a Policia neste momento. Quem viu hoje o Diário de Noticias hoje sabe a resposta : atrás do grupo que agrediu Vital Moreira, em protesto. E como têm tanta obrigação de defender os cidadãos como qualquer outro nem se mexeram. Ser policia é um trabalho das 9 as 17 ? A mim não me parece. Das duas uma : ou acharam que estavam fora de serviço e nada devem a comunidade depois das 17 ou concordaram com Carvalho da Silva e acham que Vital Moreira estava a pedi-las.

O PCP tem que entender que não é dono dos seus militantes (muito menos dos ex-militantes) nem do 25 de Abril, tem que aprender a respeitar os socialistas como respeita os Salazaristas e tem que perceber que há formas de protesto que não são permitidas em liberdade (apesar de, como já disse, ser um ideal ao qual dão pouco valor na sua condição de Estalinistas).

E nós, os democratas, temos que aceitar tudo isto: Abril, a quanto obrigas...

Estás aí capitalismo? Sou eu, o Martinho.

A crise veio para ficar, e isso não quer dizer que se ficarmos fechados em casa com uma dispensa cheia de mantimentos ela vai passar mais rápido. Já é altura de isso se tornar claro para todos. Há na verdade um culpado na crise, e tem sido altamente criticado, Wall street foi a principal culpada deste desastre económico que tem gerado desespero e miséria pelo mundo, mas a verdade é que é altura de deixarmos de fazer metáforas e de culpar, literalmente, uma rua em Nova Iorque.

Temos de ter consciência que foram homens, que foi um inteiro regime económico e um descontrolo total por parte de bancos e companhias de seguros que gerou esta crise, que criaram a frustração que hoje se vive. Há famílias que perderam as suas casa, milhões de pessoas que perderam o seu emprego e o seu sustento, que perderam uma maneira digna de viver, e que procuram furiosamente um culpado e uma maneira de pagar as contas no fim do mês.

Enquanto lia o Los Angeles Times online, vi um anúncio da marca de automóveis Hyundai, referente a stands na Califórnia, em que, ao comprar um carro o stand oferece algumas garantias ao comprador. Em caso de empréstimo o comprador, caso perca 40 por cento, ou mais, do seu rendimento de um mês para o outro pode não pagar a prestação do carro até 3 meses para se conseguir por de novo de “pé”, caso consiga, então a marca japonesa esquece o assunto e a prestação continua, caso não consiga tudo o que tem de fazer é devolver o carro ao stand, sem mais complicações ou dívidas.

Ora este não é o capitalismo que nós conhecemos, o capitalismo que nós conhecemos estimula-nos a pedir créditos sobre créditos à marca de automoveis para pagar as prestações e depois de termos pago o carro cinco vezes, só em juros, somos obrigados a devolvê-lo ao stand porque a três meses do fim do contrato deixaram de nos oferecer o crédito e nos pensamos que, se já temos duas úlceras no estômago, é altura de deixar de pagar o carro e passar a fazer mais do que uma refeição por semana.

O novo capitalismo castrado não nos vai fazer recuperar da crise económica enquanto o verdadeiro capitalismo fugiu com medo e vergonha.
Mas a verdade é que a campanha da Hyundai é uma forma interessante de estimular a compra, e até podemos encarar como forma da própria marca pedir desculpa pelo sucedido, eles sabem que estão envolvidos no capitalismo e que a crise afectou praticamente todos, isto é uma forma de se redimir. Esta proposta parece a melhor forma de comprar um carro actualmente, deveremos aceitar o perdão da economia? Como é que estamos sempre a desculpá-la?

No outro dia estava a andar na rua e vi um cartaz, “quatro iogurtes por 49 cêntimos”. Ou seja, uma mãe pode dar um lanche a um filho por menos de um euro. Um hambúrguer numa cadeia de fast food custa hoje um euro, e portanto um mendigo pode actualmente garantir a sua alimentação durante os seus tempos de crise por cerca de quatro euros por dia. Parece-me que é por estas razões que desculpamos o capitalismo, que sem querer ganha vertentes sociais.

Agora precisamos de esquecer o que se passou e voltar a lutar por uma economia forte e segura, portanto, volta capitalismo, estás perdoado.